Habitação
Vendas de casas disparam mais de 10% no 2.º trimestre
Setembro 20, 2024 · 2:59 pm
Foto de Freguesia de Estrela na Unsplash
O mercado imobiliário português apresentou sinais de recuperação, no 2.º trimestre de 2024, com um aumento expressivo tanto no número de transações como nos preços das habitações. De acordo com o Índice de Preços da Habitação (IPHab), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os preços das habitações subiram 7,8% em termos homólogos, representando uma aceleração em relação ao trimestre anterior, que registou um crescimento de 7,0%. Este aumento deve-se em grande parte ao aumento da procura e à estabilização do mercado após um período de desaceleração.
Primeiro aumento nas transações em dois anos
Entre abril e junho de 2024, foram transacionadas 37.125 habitações, representando um crescimento homólogo de 10,4%. Este valor é especialmente relevante por ser o primeiro aumento homólogo no número de transações imobiliárias desde o segundo trimestre de 2022. Nos primeiros três meses de 2024, o setor tinha registado uma queda de 4,1%, o que amplifica a importância deste aumento no contexto da recuperação do mercado.
A subida no número de transações é refletida tanto em habitações usadas como em novas. As habitações existentes foram responsáveis por 79,8% do total das transações, com 29.630 unidades transacionadas, um aumento de 10,6% face ao mesmo período de 2023. No caso das habitações novas, o crescimento foi de 9,8%, com 7.495 unidades transacionadas.
Crescimento dos preços e aumento do valor das transações
Os preços das habitações existentes subiram mais rapidamente do que os das novas: 8,3% contra 6,6%. Esta tendência reflete a valorização contínua dos imóveis em áreas urbanas, especialmente nas grandes cidades, como Lisboa e Porto. Em termos de comparação trimestral, o IPHab registou um crescimento de 3,9% em relação ao primeiro trimestre de 2024, sinalizando uma pressão contínua nos preços, mesmo em contextos de aumento nas transações.
O valor total das transações no segundo trimestre de 2024 foi de 7.900 milhões de euros, representando um crescimento de 14,1% em termos homólogos. Este aumento foi mais evidente nas habitações existentes, que movimentaram 5.700 milhões de euros, um aumento de 14,8% face ao ano anterior. As habitações novas, por sua vez, registaram um valor de transações de 2.200 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 12,2%.
Lisboa representa um terço das vendas
O mercado da Grande Lisboa manteve-se como o mais significativo, no segundo trimestre de 2024, representando quase um terço do valor total transacionado. Nesta região, foram vendidas 7.031 habitações, gerando mais de 2,5 mil milhões de euros em vendas, o que corresponde a cerca de 32% do total das transações imobiliárias em todo o país.
Na região Norte, foram vendidas 10.995 casas, por mais de 1,9 mil milhões de euros, ou seja, aproximadamente 24% do mercado. Em sentido inverso ao resto do país, o Algarve registou uma quebra de quase 4%, transacionando-se 2836 casas no segundo trimestre. Apesar disso, a subida dos preços permitiu um crescimento de 2,6% no montante transacionado.
Compradores internacionais e setor das famílias
As vendas de casas a residentes no estrangeiro diminuíram 2,8% no segundo trimestre face ao período homólogo, para 2.464 habitações, representando 6,6% do total contra 6,2% no primeiro trimestre de 2024.
Entre os compradores com domicílio fiscal fora do território nacional, a categoria dos residentes na União Europeia (UE), com um total de 1.242 unidades, registou um crescimento homólogo no número de transações de 5,8%, o primeiro desde o terceiro trimestre de 2022.
Em sentido inverso, os compradores com domicílio fiscal fora da UE registaram 1.222 transações, o que representa uma redução homóloga de 10,2% no número de transações (-11,9% no primeiro trimestre de 2024).
O setor institucional das famílias continuou a dominar o mercado, com 86,1% do total das transações, representando 31.948 habitações e um valor total de 6.700 milhões de euros. Este aumento de 11,2% em volume e de 16,4% em valor demonstra que as famílias portuguesas continuam a desempenhar um papel fundamental na dinamização do mercado.