O número de venda de casas em Portugal Continental manteve-se acima das 40.000 unidades, nos primeiros três meses de 2025, mas regista um ligeiro abrandamento, de 5,4%, face ao trimestre anterior. De acordo com as projeções da Confidencial Imobiliário a partir dos dados de transação reportados ao SIR- Sistema de Informação Residencial, terão sido vendidas 40.750 casas entre janeiro e março deste ano.
Embora se assinale uma descida face ao período anterior, o número mantém-se acima da fasquia das 40 mil casas, sinal de robustez da atividade.
Este patamar de vendas, registado entre meados de 2021 e meados de 2022, na reativação da procura pós-pandemia, já tinha sido ultrapassado no 4.º trimestre de 2024, com 43.100 casas transacionadas. Estes valores refletiram um pico de procura, em parte provocado pelo adiamento de decisões de compra ao longo do ano anterior. A incerteza no setor e a entrada em vigor de medidas específicas para a habitação — nomeadamente dirigidas aos jovens — contribuíram para esse aumento pontual.
Preços aceleram
A comparação entre os dois trimestres revela agora uma queda de 5,4% nas vendas, o que poderá indicar uma tendência de estabilização do mercado residencial.
“Esta descida trimestral de 5% nas vendas é um movimento que deverá decorrer do volume anómalo de transações realizadas no 4.º trimestre de 2024, eventualmente fruto do adiamento de decisões de compra, quer em geral, quer do lado dos jovens por causa da garantia que entrou em vigor mais no final do ano. Ou seja, sem essa acumulação no final do ano, eventualmente, os números do 1.º trimestre já não representariam uma descida”, esclarece Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.
Apesar do abrandamento no número de transações, os preços das casas continuam a subir e com tendência de aceleração. No 1.º trimestre de 2025, o preço médio de venda situou-se nos 2.701€/m2, e os dados do Índice de Preços Residenciais mostram uma subida trimestral de 6,6% e homóloga de 15,8%. Estes valores comparam com as variações de 4,1% (trimestral) e 11% (homóloga) registadas no trimestre anterior.
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