Mais de metade dos novos empréstimos à habitação em setembro foram contratados com taxa de juro mista, fixa num período inicial e variável no período seguinte, segundo dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP).
Segundo as últimas estatísticas do banco central, em setembro, os novos empréstimos concedidos a particulares para habitação própria permanente com taxa mista representaram 55% do total de novos empréstimos à habitação.
Prestação média mensal a subir
Os dados do BdP apontam ainda que a prestação média mensal do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente aumentou seis euros em setembro, fixando-se nos 413 euros.
“Este aumento está em linha com o verificado em agosto”, nota, acrescentando que, “comparando com setembro de 2022, a prestação média mensal subiu 109 euros”.
No passado dia 01 de setembro, o BdP destacou que, no último ano, os créditos à habitação com taxa de juro fixa ou mista tinham aumentado de cerca de 15% para quase metade (49%) das novas operações de crédito, com enfoque nos contratos com taxa mista.
Euribor a 12 meses desceu hoje
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje para 4,012%, menos 0,032 pontos do que na quarta-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor a 12 meses subiu de 4,149% em setembro para 4,160% em outubro, mais 0,011 pontos.
Durante o atual ciclo de subida, a média da Euribor nos três prazos só desceu no prazo de 12 meses em agosto face a julho.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a agosto de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,7% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,4% e 23,2%, respetivamente.
Euribor a 6 meses também recua
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, também recuou hoje, para 4,072%, menos 0,009 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
A média da Euribor a seis meses subiu de 4,030% em setembro para 4,115% em outubro, mais 0,085 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,974%, mais 0,021 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Já a média da Euribor a três meses subiu de 3,880% em setembro para 3,968% em outubro, mais 0,088 pontos.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
BCE fez pausa nos aumentos
Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas. A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Fonte: Lusa