Construção
Setor da construção prevê crescimento de até 4% em 2024
Janeiro 12, 2024 · 10:03 am
Imagem de Jürgen Rübig por Pixabay
O setor da construção deverá manter um “crescimento sustentável” este ano, com a associação setorial AICCOPN a antecipar uma variação real do valor bruto de produção entre 2% e 4%, para mais de 20 mil milhões de euros.
“Para o setor da construção, apesar do menor dinamismo da atividade económica nacional, as previsões continuam a apontar para um crescimento sustentável da atividade, antecipando-se uma variação real do valor bruto de produção em 2024, entre 2% e 4%, intervalo a que corresponde um ponto médio de 3%, em linha com as previsões de outono da Comissão Europeia, que projetam um crescimento de 2,9% do investimento em construção para Portugal”, refere a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).
“Assim – acrescenta – prevê-se que, em 2024, o setor da construção contribua decisivamente para a evolução da atividade económica nacional, com a produção total, em termos reais, no ponto médio do intervalo de previsão, a crescer 3% e a situar-se, em valor, nos 21.212,9 milhões de euros”.
20 mil postos de trabalho criados
Segundo a associação empresarial, ao longo de 2023, e “apesar dos constrangimentos que afetaram a atividade das empresas de construção”, a maioria dos indicadores setoriais mantiveram uma “tendência de evolução positiva”.
De destacar a criação de cerca 20 mil postos de trabalho adicionais até ao final do terceiro trimestre de 2023, e o aumento, até novembro, de 2,5% do consumo de cimento e de 70,9% do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos, em termos homólogos acumulados.
No segmento da habitação, que foi “o mais afetado pelo aumento dos custos de financiamento”, apesar da redução de 20,9% do número de alojamentos transacionados de janeiro a setembro de 2023, a AICCOPN diz que o elevado nível de procura sustentou a tendência de valorização dos imóveis, com o índice de preços na habitação a aumentar 7,6% em termos homólogos no terceiro trimestre do ano.
Já ao nível do licenciamento municipal de edifícios residenciais, a associação aponta, até outubro, variações de -10,3% no número de edifícios licenciados e de +5,6% no número de fogos em construções novas, “revelando uma maior tendência dos investidores na construção de edifícios multifamiliares”.
Estratégias Locais de Habitação em 269 municípios
Com a habitação a destacar-se como “o vetor com maior dimensão” no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a AICCOPN destaca que 269 municípios têm já as respetivas Estratégias Locais de Habitação aprovadas em conformidade com os princípios do programa 1.º direito.
Assim, tendo em consideração estes fatores e a evolução dos indicadores em 2023, prevê para 2024 um crescimento entre 1% e 3% do valor bruto da produção deste segmento de mercado.
Relativamente ao segmento dos edifícios não residenciais, face à “previsão de um menor dinamismo da atividade económica nacional e da evolução do licenciamento de edifícios não habitacionais”, que até outubro de 2023 regista variações homólogas de –6,4% no número de edifícios licenciados e de +5,7% na área licenciada, as projeções apontam para que a evolução do valor bruto da produção neste segmento se situe entre 0% e 2%.
No que concerne ao segmento da engenharia civil, a associação nota que “os principais indicadores apresentaram ao longo de 2023 um expressivo crescimento, beneficiando do arranque de investimentos apoiados pelos fundos europeus atualmente disponíveis, designadamente no PRR e no Portugal 2030”.
Nos primeiros 11 meses de 2023, apuraram-se aumentos homólogos de 70,9% do montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidas e de 30,6% no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base.
“Deste modo, as expectativas são que se mantenha, novamente, como o segmento mais dinâmico em 2024, estimando-se um crescimento entre 3,5% e 5,5% do seu valor bruto da produção”, avança.
Fonte: Lusa
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