Saiba quanto vai pagar de renda em 2025: como calcular o novo valor

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje os números da inflação divulgados provisoriamente no final de agosto, segundo os quais, em 2025, os senhorios podem aumentar o valor das rendas até 2,16%.

Segundo os dados do INE, nos últimos 12 meses até agosto, a variação média do índice de preços no consumidor (IPC), excluindo a habitação, foi de 2,16%. Este é o valor que, anualmente, serve de base ao coeficiente utilizado para a atualização anual das rendas para o ano seguinte, ao abrigo do Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).

De acordo com a legislação aplicável aos contratos de arrendamento, seja arrendamento urbano ou rural, os senhorios têm a possibilidade de atualizar anualmente as rendas, desde que não haja outro fator de atualização estipulado contratualmente entre as partes.

O valor efetivo de atualização das rendas tem agora de ser publicado em Diário da República até 30 de outubro, após o que os proprietários poderão anunciar aos inquilinos o aumento da renda. O aumento das rendas só poderá ocorrer 30 dias depois deste aviso e apenas para contratos com um mínimo de 12 meses. Ou seja, os senhorios não podem atualizar as rendas antes de decorrer um ano de contrato.

Uma subida de 2,16% implica, na prática, que, por cada 100 euros de renda, haverá um aumento de 2,16 euros.

Para saber quanto vai ficar a pagar de renda de casa no próximo ano, basta multiplicar a renda atual pelo coeficiente de atualização que é, neste caso, de 1,0216.

Renda atual x Coeficiente de atualização = Valor a pagar em 2025

Tomemos como exemplo uma renda de 700 euros para fazer os cálculos.

700 euros x 1,0216 = 715,12 euros

Neste caso, o aumento mensal será de 15,12 euros.

A taxa de atualização deste ano, para aplicar em 2025, representa um significativo abrandamento face ao ano passado, quando se fixou em 6,94%, o maior aumento em 30 anos. Em 2024, o anterior Governo decidiu não impor um travão às rendas, como acontecera em 2023, mas aprovou medidas para reforçar os apoios aos inquilinos, nomeadamente, o apoio extraordinário às rendas.

Nos últimos dois anos, o anterior Governo socialista adotou medidas para aliviar o impacto do aumento das rendas, num contexto em que o custo da habitação já era elevado.

Para 2023 foi estabelecido um limite de 2% na atualização das rendas, um valor significativamente inferior ao que seria aplicado sem intervenção (de acordo com a inflação, a atualização das rendas poderia ter sido de 5,43% naquele ano).

Em 2024, os dados do INE permitiram que os senhorios ajustassem as rendas até um máximo de 6,94%, o maior aumento em 30 anos. Nesta ocasião, o Governo não aplicou nenhum teto a essa atualização, mas reforçou o apoio extraordinário à renda, um apoio já existente destinado aos inquilinos cuja taxa de esforço supere os 35% e cujos rendimentos se enquadrem até ao sexto escalão de IRS.