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Rendas das ruas comerciais da Europa com novo pico

Dezembro 4, 2024 · 5:14 pm
Imagem de vwalakte no Freepik

As rendas nas principais ruas comerciais da Europa registaram um crescimento expressivo de 9,9% no terceiro trimestre de 2024 face a igual período do ano anterior, avança o mais recente relatório da Savills. Esta subida é quase sete vezes superior ao 1,5% verificado em 2023.

Já as ruas prime dedicadas ao segmento de luxo registaram uma subida de 5,9%, embora o maior aumento se tenha verificado nas ruas de comércio de massas.

Segundo o relatório, o crescimento das rendas reflete a redução na disponibilidade de espaços comerciais, devido à forte procura das marcas e de novos inquilinos.

Os últimos 12 meses ficam marcados por uma redução de 156 pontos base na taxa de desocupação das ruas comerciais, valor que compara com os 144 pontos base nas ruas de luxo.

A taxa média de desocupação das ruas comerciais fixou-se nos 3,6%, muito próximo dos níveis pré-pandemia de 2019.

Baixa-Chiado e centro do Porto mais caras

Em Portugal, restauração, retalho alimentar, ginásios, moda e acessórios fast fashion são os setores mais dinâmicos, destacando-se as áreas da Baixa-Chiado, em Lisboa, e do centro do Porto.

As rendas de luxo mantêm-se estáveis, com a Rua Garrett; Rua do Carmo e Rua Augusta em Lisboa e a Rua de Santa Catarina; Av. Aliados e Rua das Flores no Porto a marcarem os valores mais elevados.

Em Lisboa e Porto verificamos uma procura elevada de espaços comerciais. No entanto, a escassez de oferta limita as oportunidades de crescimento do mercado e expansão das marcas. É expectável que a tensão sobre as rendas se mantenha especialmente em áreas como a Baixa-Chiado, em Lisboa, e o centro do Porto”, afirma José Galvão, Head of Retail da Savills Portugal.

Apesar de, numa fase inicial, o comércio prime ter liderado a recuperação no pós-pandemia, apresentam atualmente taxas de desocupação ligeiramente superiores aos níveis de 2019. Segundo a Savills, a situação resulta da abordagem seletiva das marcas de luxo, que preferem espaços de maior qualidade.

Projeções otimistas para 4.º trimestre

Larry Brennan, Head of European Retail Agency da Savills, defende que: “a recuperação das rendas nas principais ruas comerciais da Europa está diretamente ligada à redução das taxas de desocupação. Os retalhistas continuam a concentrar-se nos melhores espaços, cuja oferta é cada vez mais limitada. Prevemos que esta procura se mantenha dinâmica, sustentada pelas estratégias de integração das lojas físicas no modelo de negócio.”

O aumento da procura é acompanhado por um acréscimo no investimento no retalho na Europa, que verificou um crescimento de 6% em volume de transações no acumulado do ano até ao terceiro trimestre, totalizando 19 mil milhões de euros.

No caso de Portugal, o valor do investimento alcançado está fortemente ancorado na venda do Alegro Montijo, transacionada por 178 milhões de euros, o que representa mais de metade do volume total acumulado no ano do 3.º trimestre de 2024.

A Savills antecipa que no último trimestre do ano, no continente europeu, se atinjam 8,5 mil milhões de euros, elevando o volume total anual para cerca de 27,5 mil milhões de euros, um aumento de 15% em relação a 2023. Estas projeções otimistas refletem a confiança renovada no mercado de retalho, impulsionadas pela recuperação sustentada das principais ruas comerciais em toda a Europa

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