Reinventar o Natal: 5 novas tradições para criar em família

O Natal é uma celebração cheia de significados e tradições, mas também é uma oportunidade para inovar e criar momentos únicos com quem mais amamos. Numa época em que o mundo se transforma e as famílias se redefinem, que tal adaptar antigas práticas ou inventar novas à medida dos seus afetos?

É tempo de reinventar o Natal com novas tradições criadas em família! Sejam gestos simples ou arrojados, o importante é criar memórias autênticas, cheias de sentido e cumplicidade. Aqui ficam algumas ideias para fazer deste Natal uma celebração inesquecível!

A Ceia de Natal é uma daquelas tradições onde algumas pessoas não admitem perturbações na ordem. Mas se esta é a festa da família, porque não havemos de nos adaptar à nossa? Tente conciliar os diferentes gostos e crie uma tradição à medida dos vossos desejos!

Se não gostam de Bacalhau com Todos, sejam criativos nos pratos de bacalhau. Se detestam o menu inteiro, façam uma revolução à mesa! Troquem o peru por tofu, a fritadeira pela air-fryer, as rabanadas por pastéis de nata.

Arrisquem avançar por receitas nunca dantes navegadas, resistindo com graça e elegância aos velhos do Restelo que acham que o verdadeiro espírito natalício está num prato de couve penca.

Por que não deixar cada membro da família escolher algo que gostem para todos partilharem? Ou trocar os pratos tradicionais por uma ceia inspirada em diferentes culturas? Poderia, assim, numa verdadeira epopeia de sabores, afirmar que entre comida remota edificaram uma nova ceia que tanto que tanto sublimaram!

Para muitos o espírito de Natal sofre com o apelo desenfreado ao consumismo. É verdade que no frenesim de comprar, por vezes nos esquecemos da verdadeira importância de dar. Em vez de presentes convencionais, que tal organizar uma troca de presentes solidária?

Defina que todos devem oferecer algo feito à mão, sustentável ou com um valor simbólico. Outra opção é doar presentes a instituições de solidariedade, a causas ambientais, a famílias carenciadas, ensinando a importância de dar sem esperar nada em troca.

Organize uma recolha de donativos, de bens-alimentares ou outros, para presentear quem mais precisa. Verá que esse pequeno gesto preencherá de sentido o seu Natal.

Outra possibilidade é oferecer cultura: bilhetes para teatro, cinema, concertos, exposições, dar livros e discos. O mais importante é que, ao comprar, use o seu poder com consciência. Prefira as lojas de comércio tradicional, opte por marcas nacionais e por aquelas que respeitam o meio ambiente, escolha produtos resultantes de comércio justo, ofereça presentes com sentido.

Não há duas famílias iguais e a sua é única. Nem sempre é fácil unir todos os membros em torno de uma atividade comum, mas pense em algo que reúna consenso e crie uma nova tradição para repetir todos os anos e reforçar o sentido de pertença.

Pode ser uma caminhada em família, uma fotografia com adereços divertidos ou usar camisolas de Natal espalhafatosas. Fazer um puzzle a várias mãos, jogar às charadas depois da consoada ou ver a mímica incrível da Tia Júlia a tentar imitar um leão.

Há famílias mais voltadas para o concurso de talentos, outras para o karaoke de desafinados; em algumas casas pode ler-se em silêncio, noutras, ouvir aquele disco de sempre; há mesas certas para o campeonato de sueca e tantas mais para jogos de tabuleiro. Na verdade, pouco importa o que inventam para fazerem juntos, desde que partilhem uma cumplicidade única.

As festas de Natal não têm tamanho certo nem receita mágica. Famílias grandes e pequenas, casas de família onde cabem várias gerações, apartamentos acanhados onde se desdobram os eventos para virem todos. Se o número de metros quadrados determina parte das festividades, também é verdade que as famílias mudaram. Os meus, os teus e os nossos, a família dela e a família dele, os desavindos, os que trabalham, os que moram longe.

Bem sabemos que Natal é a festa da família e também que tomamos como nossos aqueles que são amigos verdadeiros. Por isso, neste ano, faça crescer a família e traga outro amigo para as festividades. Alargue o leque e não deixe ninguém sozinho, quer seja aquela prima afastada que mora sozinha ou o velhote do 4.º andar com os filhos emigrados, a colega de trabalho que não vai à terra ou o amigo que se divorciou. Esta é uma das melhores novas tradições para o seu Natal: tenha sempre a porta aberta para mais amigos.

Vivemos tempos de imensa correria, dispomos de tecnologias sofisticadas, estamos sempre contactáveis, comunicáveis, com rede, mas raras vezes temos hipótese de parar, escutar, partilhar. Aproveite a reunião da sua família e recupere o poder da oralidade. Guarde uma parte da noite ou dia de Natal para contarem as vossas histórias e memórias.

Nada fortalece mais os laços entre pessoas do que uma boa história. Avós, pais e crianças podem partilhar recordações especiais, folhear velhos ou novos álbuns de fotografias, criar um livro de família ou gravar vídeos. Também podem abdicar de todas estas mediações e viver apenas o momento, apreciar a escuta, saborear as palavras.

A ideia não é criar um episódio de “no meu tempo é que era bom”, mas estimular a partilha e reforçar os laços entre as diferentes gerações.

As memórias são engraçadas, mesmo quando partilhamos vivências comuns, descobrimos que cada pessoa guarda perspetivas diferentes, pormenores hilariantes, detalhes surpreendentes. E aquilo que parecia perdido nas malhas do esquecimento é resgatado e ganha uma aura especial. Estas histórias, contadas, divididas e multiplicadas entre gerações, são a cola que nos une.