Habitação
Quem são os estrangeiros que compram casa em Lisboa?
Abril 2, 2024 · 4:16 pm
Foto de Alice Butenko na Unsplash
Os compradores estrangeiros são responsáveis por 33% das compras em número de imóveis e por 41% do investimento na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa, em 2023. Dos 4.750 imóveis residenciais transacionados, no montante total de €2.217,7 milhões, os estrangeiros adquiriram 1.580 imóveis no valor de €911,8 milhões.
Embora a atividade internacional tenha registado uma quebra de 7% em número de transações face a 2022, manteve estável o volume de capital investido (+0,2%). Em 2022, os estrangeiros tinham adquirido 1.700 imóveis no valor de €909,8 milhões nesta região.
Os dados são revelados pela Confidencial Imobiliário, tendo em conta as aquisições de habitação realizadas por compradores particulares no perímetro da ARU de Lisboa, que abrange 21 das 24 freguesias do concelho (excluindo Santa Clara, Lumiar e Parque das Nações).
Quem são os maiores investidores?
Os maiores investidores são os norte-americanos (com 16% dos imóveis adquiridos por estrangeiros), seguindo-se os franceses (13%), britânicos (9%), chineses (8%), brasileiros (6%) e alemães (5%).
O comportamento agregado do investimento estrangeiro não é transversal a todas as nacionalidades. Por um lado, os norte-americanos e os britânicos aumentaram o seu investimento tanto em número de imóveis como em valor investido, sobretudo os britânicos que investiram mais 49% do que em 2022. Por outro lado, as demais nacionalidades que realizaram menos operações e investiram menos capital face a 2022. Entre estes, a quebra mais significativa é a dos compradores chineses, cujo valor investido na compra de habitação teve uma redução de 46% face ao ano anterior.
Em 2023, os compradores portugueses, adquiriram 3.170 imóveis no montante de €1.305,9 milhões, o que corresponde a 67% e 59% do mercado residencial da ARU em número de transações e capital investido, respetivamente. Estes números traduzem uma quebra anual de 14% em número de transações e de 23% em valor investido. Em 2022, os compradores nacionais adquiriram 4.100 imóveis no total de €1.517,5 milhões.
As freguesias favoritas
As freguesias da Estrela, Santo António e Arroios foram os principais destinos do investimento estrangeiro. Cada uma registou cerca de 190 transações (quotas de 12%) e são as únicas com mais de €100 milhões de investimento estrangeiro em habitação em 2023.
A Estrela agrega 17% do investimento estrangeiro, no montante de €155,4 milhões; Santo António, 16%, com €150,3 milhões, e Arroios captou €113,7 milhões.
Evidencia-se um movimento de dispersão para as áreas que acolheram a expansão urbana da capital. Freguesias como Campolide, que cresceu de €10,2 milhões de investimento para €55,1 milhões aplicados na compra de perto de uma centena de imóveis; e Alcântara, onde a aquisição por internacionais passou de €17,0 milhões, em 2022, para €31,7 milhões, em 2023, em 83 transações.