Dinheiro
Quanto aumentaram os preços das casas em 2023?
Março 25, 2024 · 10:42 am
Imagem de Wirestock no Freepik
O Índice de Preços da Habitação (IPHab) cresceu 8,2%, em 2023, menos 4,4 % do que em 2022, segundo os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No ano passado, transacionaram-se 136 499 habitações, num total de 28 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo de 18,7% e 11,9%, em número e valor, respetivamente, face a 2022. Este é o registo mais baixo desde 2017.
A quebra sentiu-se sobretudo nas transações de habitações existentes, com uma variação de -21,4%. Já nas habitações novas, verificou-se uma redução de 6,1% no número de transações.
Preços de habitações novas crescem menos
No que respeita aos preços, os das habitações existentes aumentaram 8,7%, um valor mais alto do que o observado nas habitações novas que foi de 6,6%.
No último trimestre de 2023, a taxa de variação homóloga do IPHab foi 7,8%, mais 0,2 p.p. que no trimestre anterior. Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 8,1% e 6,9%, respetivamente.
As 34 126 transações realizadas no 4º trimestre de 2023 correspondem a uma redução homóloga de 11,4%.
Estrangeiros compram menos casas
Em 2023, as famílias adquiriram 116 752 habitações, o que representa uma redução anual de 19,8%, e responderam por 85,5% do total de transações, menos 1,2 pontos percentuais face a 2022, e por 83,9% do respetivo valor, menos 1,9 pontos percentuais.
As aquisições de alojamentos por compradores com domicílio fiscal fora do Território Nacional no ano de 2023 diminuíram 3,1%, em número e 1,4%, em valor, tendo sido transacionadas 10 391 habitações, por um total de 3,6 mil milhões de euros.
As compras de casa por residentes em Portugal recuaram 19,8% em 2023 face ao ano anterior, para 126.108 unidades, representando 92,4% do número total de transações, o peso mais baixo desde 2019, segundo o INE.
De entre as transações relativas a compradores com domicílio fiscal fora do Território Nacional, observaram-se duas situações distintas: a redução de 13,5% no número de vendas a compradores da União Europeia, com um total de 5 025 unidades, e um aumento de 9,3% nas aquisições por compradores dos Restantes Países, num total de 5 366 alojamentos.
Valor médio por transação
Em 2023, cada imóvel foi vendido, em média, por 205.193 euros, valor que baixa para 193.830 euros se envolver um comprador com domicílio fiscal no território nacional.
Quanto às aquisições de alojamentos por compradores com domicílio fiscal fora de Portugal realizaram-se, em média, por 276.897 euros, no caso de compradores da União Europeia, sendo que para compradores da categoria “restantes países” o valor cifrou-se nos 405.082 euros.
Centro com menor contração
Numa análise regional, o INE refere que, em 2023, todas as regiões registaram reduções do número e do valor das transações de alojamentos relativamente ao ano anterior.
O Centro registou quebras de 11,8% no número e de 7,4% no valor face a 2022, sendo a região com a menor contração do mercado imobiliário no último ano.
A Norte foram transacionadas 39.715 habitações, ou seja 29,1% do total, mais 0,9 pontos percentuais face a 2022.
O Centro, o Oeste e Vale do Tejo e o Alentejo foram as restantes regiões onde se verificou um aumento nas respetivas quotas relativas, respetivamente, 1,2, 0,1 e 0,1 %, face a 2022.
A Grande Lisboa, com um total de 9.100 milhões de euros, concentrou 32,3% do valor das transações de alojamentos no ano passado, tendo registado, pela primeira vez nos últimos seis anos, um incremento homólogo do seu peso relativo (+0,3 pontos percentuais).
No que respeita ao valor das habitações transacionadas no Norte, este totalizou 6.600 milhões de euros, enquanto no Centro chegou aos 2.500 milhões de euros, representando 23,7% e 8,9% do total do valor, respetivamente.
Estrangeiros preferem o Algarve apesar do recuo
As compras de casas por estrangeiros, no ano passado, localizaram-se sobretudo no Algarve (29,9%), seguindo-se o Norte (17,5%) e a Grande Lisboa (15,6%).
Comparando com 2022, as regiões do Norte, Centro, Grande Lisboa, Alentejo e Região Autónoma dos Açores registaram um incremento dos respetivos pesos relativos regionais.
Em sentido oposto, o Algarve recuou 7,0 pontos percentuais e a Península de Setúbal e a Região Autónoma da Madeira diminuíram, ambas, 0,2 pontos percentuais.
Em valor, o Algarve (39,2%) e a Grande Lisboa (29,2%) concentraram 68,4% do montante total das habitações adquiridas por compradores com domicílio fiscal fora do território nacional, menos 11,4 pontos percentuais face a 2019, o primeiro ano da série.
No Algarve, as vendas de alojamentos a compradores com domicílio fiscal fora de Portugal representaram 27,2% e 38,5%, respetivamente, do número e do valor total das transações da região.
O INE destaca que, em 2023, todas as regiões do país verificaram um acréscimo da contribuição da compra de habitação por estrangeiros, tanto em número, como em valor.