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Promotores imobiliários menos pessimistas com retoma na procura

Fevereiro 15, 2024 · 4:49 pm
Imagem de Aopsan no Freepik

Os promotores imobiliários estão menos pessimistas quanto ao futuro do mercado residencial, de acordo com os resultados do inquérito de confiança Portuguese Investment Property Survey (PIPS), iniciativa da Confidencial Imobiliário e da Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII). O aumento na procura e as perspetivas mais otimistas quanto à evolução da inflação e taxas de juro justificam este sentimento que, embora negativo, melhorou significativamente no 4.º trimestre de 2023.

Assim, tendo em conta a evolução das vendas, as perspetivas dos promotores imobiliários tiveram uma melhoria assinalável, passando de -70 pontos no 3.º trimestre para -44 pontos no 4.º trimestre do ano passado. No que respeita aos preços, também se prevê uma estabilização que justifica neste período uma avaliação positiva de +3 pontos.

Oferta futura dirigida à classe média

Em relação ao próximo trimestre, antecipa-se uma estabilização nos preços, além de uma evidente redução da pressão sobre a procura, com o saldo deste indicador a passar de -64 pontos no 3.º trimestre para -21 pontos no 4º trimestre.

Estas expectativas evidenciam uma maior confiança na progressão dos indicadores macroeconómicos, num quadro de abrandamento da inflação e de uma hipotética descida nas taxas de juros.

Devido a estes fatores, a oferta futura está a ser direcionada para a classe média e para a procura nacional. No 4.º trimestre de 2023, há uma redução do peso de Lisboa nos novos projetos em carteira (de 52% no 3º trimestre para 41% no 4º trimestre), ao contrário do que acontece nas áreas periféricas da Grande Lisboa, cujo peso aumentou de 30% para 44%.

Em simultâneo, os empreendimentos dirigidos para a procura internacional tiveram uma queda, de 24% no 3º trimestre para 18% no 4º trimestre. Os empreendimentos direcionados a ambos compradores nacionais e internacionais também perdem quota (de 52% para 38%), enquanto aqueles que são apenas focados na procura doméstica agregam 44% dos novos projetos (24% no 3º trimestre).

Obstáculos à atividade agravam-se no último ano

Este novo padrão representa um regresso ao registo que o mercado estava a observar antes do aumento dos juros, que levou ao refúgio dos operadores nos mercados “prime”, mais resilientes”, esclarece Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário.

Apesar do aumento de confiança, os promotores estão bastante preocupados com os obstáculos à sua atividade, identificando sobretudo a burocracia e o licenciamento, como maiores entraves.

No último ano, verificou-se o desagravamento de alguns fatores, como os custos de construção, mas, por outro lado, houve um agravamento de outros, devido a uma maior instabilidade legal e fiscal, tal como dos atuais riscos políticos. Deste modo, no cômputo geral, os obstáculos agravaram-se em +15 pontos, atrasando a reativação do mercado.

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