Habitação
Procura para compra de casa mantém tendência de queda
Junho 9, 2023 · 10:20 am
Imagem de Wirestock no Freepik
A procura para compra de casa manteve, em abril, a tendência de queda, sendo expectável que esta se mantenha no próximo trimestre, segundo os resultados do inquérito de confiança Portuguese Housing Market Survey (PHMS).
Este estudo, realizado mensalmente em parceria pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário (CI), ausculta mediadores e promotores imobiliários sobre o sentimento relativo ao mercado residencial.
“Mais Habitação” e taxas de juro são fatores de pressão
A incerteza causada pelo programa “Mais Habitação” e a subida das taxas de juro são apontadas pelos inquiridos como os dois principais fatores para a contenção de expectativas e para a quebra nas vendas de imóveis.
“Para os agentes inquiridos, a incerteza resultante do pacote Mais Habitação está a afetar compradores e investidores, pressionando as vendas, que continuam abaixo dos níveis de 2022. A isto acrescem as condições adversas no mercado de crédito”, esclarece Ricardo Guimarães, diretor da CI.
Tarrant Parsons, Economista Senior do RICS, especifica que “as subidas das taxas de juro continuam a impactar a atividade do mercado habitacional, com as expetativas de curto-prazo a refletirem um sentimento de contenção”. E isso acontece num cenário positivo para a economia, já que “se antecipa um crescimento económico em torno dos 2,5% para Portugal em 2023, confortavelmente acima da média da zona Euro”, afirma o economista.
Aumenta a procura no mercado de arrendamento
O inquérito revela ainda que a procura residencial está a começar a direcionar-se para o mercado de arrendamento, o que gera um aumento adicional das rendas, que já tendiam a subir devido à escassez de oferta. Não se perspetiva uma descida dos preços, uma vez que o mercado continua a lidar com uma grave falta de oferta.
No PHMS de abril, o indicador de consulta por novos compradores devolveu um saldo líquido de -31% em abril, sendo este o 12º mês consecutivo em terreno negativo. As vendas acordadas devolveram um saldo líquido de respostas de -26%, agravando face a -10% de março. Em termos de expetativas paras as vendas, devolveram um saldo líquido de -9% em abril, mantendo-se em terreno negativo.
Nos preços, um saldo líquido de +13% dos inquiridos reportou aumento de preços em abril, enquanto para os próximos 12 meses as expetativas devolvem um saldo líquido de +28% dos inquiridos a anteciparem subida dos preços.
A procura no arrendamento aumentou, de acordo com um saldo líquido de +40% dos inquiridos (similar à leitura de +35% em março). Entretanto, a leitura de novas instruções por parte dos proprietários continua em território negativo (-24%). Naturalmente, as rendas continuam a ser impulsionadas, com expetativas para novas subidas a curto-prazo.