Habitação

Preços das casas duplicaram em 27 municípios nos últimos 5 anos

Outubro 23, 2024 · 10:53 am
Foto de Freguesia de Estrela na Unsplash

O aumento dos preços das casas em Portugal já não é novidade: há mais de uma década que comprar casa tem vindo a tornar-se progressivamente mais caro, sem sinais de recuo. As taxas de juro provocaram uma ligeira desaceleração nas subidas, mas recentemente os preços voltaram a subir a um ritmo acelerado. Nos últimos cinco anos, os preços da habitação cresceram mais de 60% em Portugal e em 27 municípios já duplicaram ou estão muito perto disso.

Segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o preço mediano de alojamentos familiares transacionados no segundo trimestre aumentou 6,6%, comparando com igual período de 2023, para 1.736 euros por metro quadrado (€/m2).

Este valor representou um crescimento de 5,6% face ao primeiro trimestre e uma aceleração da variação homóloga face aos 5,0% entre janeiro e março.

Habitação mais cara em 21 das 26 sub-regiões

O preço da habitação aumentou em 21 das 26 sub-regiões NUTS III, no período em análise face ao período homólogo, destacando-se a região Viseu Dão Lafões como a que teve o maior crescimento (17,2%).

Grande Lisboa, Algarve, Região Autónoma da Madeira, Península de Setúbal e Área Metropolitana do Porto foram as cinco sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados e “apresentaram também os valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador (território nacional e estrangeiro)”.

Em especial na Grande Lisboa e na Área Metropolitana do Porto, o preço mediano das transações efetuadas por metro quadrado por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em 80,4% e 53,4%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional.

No período em análise, o valor mediano de habitações transacionadas em Portugal que envolveram compradores com domicílio fiscal no estrangeiro subiu 1,9% em termos homólogos, para 2.454 euros por metro quadrado, que compara com a média de 1.702 euros por metro quadrado nas transações envolvendo compradores com domicílio fiscal nacional (subida de 7,2%).

Entre abril e junho, a Grande Lisboa (2.801 €/m2), o Algarve (2.735€/m2), a Região Autónoma da Madeira (2.080€/m2), a Península de Setúbal (2.048€/m2) e a Área Metropolitana do Porto (1.957€/m2) “registaram preços da habitação superiores aos do país”, tendo, entre estas, apenas Algarve (5,9%) e Grande Lisboa (1,4%) registado taxas de variação homóloga inferiores à nacional.

Barcelos: onde os preços mais aceleraram

No segundo trimestre de 2024, ocorreu uma aceleração dos preços da habitação em 12 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (face a 14 no primeiro trimestre), tendo Barcelos apresentado o maior acréscimo, de 16,6 pontos percentuais (p.p.). As maiores diminuições na taxa de variação homóloga ocorreram em Matosinhos (- 17,6%) e Coimbra (-15,9%.).

O Porto registou um decréscimo de 4,8 p.p. e o de Lisboa um acréscimo de 0,1 p.p.

Os municípios de Lisboa (4 367 €/m2), Cascais (3 994 €/m2), Oeiras (3 360 €/m2) e Porto (3 031 €/m2) são aqueles que registara, os preços da habitação mais elevados

Contrastando com a evolução de Viseu Dão Lafões, a região do Douro registou a maior diminuição homóloga dos preços da habitação (5,6%), enquanto a Beira Baixa apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares, com 562 €/m2.

Todos os municípios com mais de 100 mil habitantes da Grande Lisboa, Península de Setúbal e Área Metropolitana do Porto, com exceção de Santa Maria da Feira e Gondomar, “registaram preços medianos de habitação superiores ao valor nacional (1.736 €/m2)”, no segundo trimestre de 2024.

Algarve, Lisboa, Porto e Setúbal com diferenciais de mais de 2 mil euros

O INE analisa ainda a variação de preços nos últimos 12 meses (entre junho de 2023 e junho de 2024). Tomando por referência as vendas de residências nesse período, o preço mediano entre julho de 2023 e junho de 2024 foi de 1 661 €/m2.

Nesse período, foram 52 os municípios a apresentar um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios), Grande Lisboa (todos os 9 municípios), Península de Setúbal (8 em 9 municípios) e Área Metropolitana do Porto (7 em 17 municípios).

O município de Lisboa (4 203 €/m2) registou o preço mais elevado do país. Verificaram-se valores superiores a 3 000 €/m2 em Cascais (4 023 €/m2), Lagos (3 307 €/m2), Loulé (3 273 €/m2) e Oeiras (3 244 €/m2). O Algarve, a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto apresentaram diferenciais de preços entre municípios superiores a 2 000 €/m2, sublinha o INE.

Fonte: Lusa/ Redação

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