Habitação
Preço das casas vai continuar a subir em 2025, diz CEO da Caixa
Outubro 25, 2024 · 7:57 am
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) prevê que em 2025 o preço da habitação continue a aumentar, porque a procura de casas vai continuar a ser muito superior à oferta, afirmou ontem o presidente executivo, Paulo Macedo.
“Nós vemos um continuar do aumento dos preços [em 2025], porque não vemos que vá haver oferta” suficiente para a procura, disse Paulo Macedo na sessão de abertura da conferência “Encontro Fora da Caixa” que se realizou em Faro, com o tema “A importância da gestão dos recursos naturais para o futuro do país”.
O CEO da CGD referiu que o aumento dos preços na habitação, que a CGD espera para o próximo ano, deve-se a uma “oferta insuficiente”, ao “aumento da procura”, sem que haja uma “reposição da capacidade produtiva de empresas com oferta de casas a preços acessíveis”.
Esta posição foi assumida numa parte da sua intervenção em que Paulo Macedo traçou o contexto macroeconómico que o banco que dirige espera em 2025, com a economia crescer, nomeadamente por via da subida do consumo, a influência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com uma “execução significativa”, uma baixa inflação e uma redução das taxas de juro.
“Vemos a economia a crescer, mas não tanto como gostaríamos, a uma taxa de 3%, uma meta dos economistas”, disse o banqueiro que avisou que estas perspetivas de curto prazo têm “algum risco”.
Mais rendimento disponível
No que diz respeito aos particulares, Paulo Macedo refere que estão criadas as condições para haver uma melhor taxa de esforço, uma maior capacidade de endividamento, um aumento do investimento, do crédito ao consumo, e do crédito à habitação, mantendo-se o nível do emprego.
A CGD espera que o rendimento disponível aumente, com uma subida do rendimento real dos trabalhadores e dos pensionistas, uma baixa dos impostos, uma redução de taxas de juro e duma diminuição da inflação.
Quanto ao setor bancário, Paulo Macedo voltou a indicar que o setor terá “lucros máximos” em 2024, mas “menor margem” em 2025, o que trará uma redução dos lucros no ano que vem.
“A banca este ano terá um bom ano, mas com a queda das margens os resultados da banca vão baixar em 2025”, disse o presidente executivo da CGD.
Paulo Macedo assegurou que “hoje a Caixa está bem, está num bom caminho” e traçou um futuro em que a empresa tomará cada vez mais atenção aos investimentos sustentáveis em setores como o do Mar, “geradores de benefícios económicos, sociais e ambientais”.
A variação homóloga registou, de igual modo, um abrandamento, tendo ficado, em agosto, nos 12,2%, “5 pontos percentuais (p.p.) abaixo da registada no início do ano e 8,9 p.p. abaixo do pico de valorização observada precisamente há um ano, em agosto de 2022, quando a valorização homóloga atingiu um nível inédito de 21,1%”.
A CI estima que, entre junho e agosto, se tenham realizado 33 500 transações residenciais em Portugal. Deste valor, apenas 9% dizem respeito a habitação nova, enquanto 91% a habitação usada. Este valor representa uma estabilização face aos três meses anteriores “confirmando a tendência de estabilização iniciada no segundo trimestre deste ano”, após três trimestres de quedas sucessivas.
Segundo os dados do SIR-Sistema de Informação Residencial, no trimestre em análise (entre junho e agosto), as vendas de casas atingiram um preço médio de 2.187€/m2, variando entre os 3.172€/m2 nas casas novas e os 2.079€/m2 nas casas usadas.
Fonte: Lusa