O preço das casas recuou 1,7%, no segundo trimestre, na zona euro, e 1,1% na União Europeia (UE), face ao período homólogo, com Portugal a registar a quarta maior subida (8,7%), segundo os dados divulgados pelo Eurostat esta terça-feira.
Na comparação com os primeiros três meses do ano, os preços das casas subiram 0,1% na média dos 20 países do euro e 0,3% na dos 27 Estados-membros.
As maiores contrações, na comparação com o segundo trimestre de 2022, foram registadas na Alemanha (-9,9%), Dinamarca (-7,6%) e Suécia (-6,8%). Em sentido inverso, as maiores subidas foram verificadas na Croácia (13,7%), Bulgária (10,7%), Lituânia (9,4%) e Portugal (8,7%).
15 países com aumentos face a 1.º trimestre
Face aos primeiros três meses do ano, os preços das casas baixaram em 11 países e aumentaram em 15, desde logo com as maiores descidas a registarem-se na Eslováquia (-3,9%), no Luxemburgo (-2,7%) e na Hungria (-1,7%). Os principais avanços verificaram-se na Letónia (5,1%), Bulgária (4,3%) e Estónia (3,8%).
Em Portugal, o indicador aumentou 3,1% entre o primeiro e o segundo trimestre do ano.
Crise da habitação na Europa
A crise da habitação, com o aumento dos preços das casas, é uma realidade europeia e não apenas portuguesa. Entre 2010 e 2023, o preço das casas nos Estados-membros da zona euro teve uma subida de 40% (cerca de 2,7% por ano). Por outro lado, o valor das rendas cresceu 19% (cerca de 1,9% por ano).
No mesmo período, os preços das casas em Portugal dispararam 93% (cerca de 5,4% por ano) e as rendas aumentaram 33% (2,3% por ano).
Entre os países da zona euro com maior subida do preço da habitação desde 2010, Portugal está na sétima posição e na décima posição do ranking dos países do euro com maior crescimento das rendas.
Contudo, enquanto a maioria dos países da zona euro têm registado correções nos preços das casas e verificado um abrandamento das rendas, em Portugal os preços continuam a subir, com as rendas a aumentar a um ritmo acima dos níveis médios da zona euro.