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Portugal tem enorme potencial para acolher “data centers” de hiperescala

Novembro 28, 2024 · 11:36 am
Foto de Brett Sayles no Pexels

Portugal está a posicionar-se no mapa mundial dos data centers, revelando um enorme potencial para ser um dos destinos preferenciais para a instalação dos centros de dados de hiperescala, revela o mais recente estudo divulgado pela consultora imobiliária JLL.

Estes data centers são instalações onde são armazenados e processados grandes volumes de dados essenciais para o armazenamento e tráfego de informações na economia digital, como é o caso das plataformas das redes sociais e os motores de busca.

Maria da Cunha e Menezes, Head of Project & Development Services and Sustainability da JLL, comenta: “Temos vários centros de dados instalados em Portugal, num cenário que é dominado pelas instalações detidas e operadas pelas próprias empresas para dar suporte às suas atividades, num formato naturalmente de capacidade limitada. Contudo, existem neste momento vários projetos em desenvolvimento com capacidade que vão desde 20 MW a algumas centenas de MW. Esta evolução sinaliza uma mudança substancial na escala e capacidade dos centros de dados no nosso país”.

Devido à localização estratégica, suas caraterísticas geográficas e climáticas, custos de instalação, infraestruturas de conectividade e capacidade de produção de energias renováveis, Portugal tem excelentes condições para a instalação dos centros de dados de maior dimensão.

Oito projetos já em desenvolvimento

Segundo o estudo da JLL, Portugal é ainda um mercado ainda emergente, com “enorme potencial” para se afirmar como um dos mercados secundários, à medida que cada vez mais projetos de hiperescala escolham a região para se instalar. Estes mercados têm tipicamente uma capacidade de entre 100 MW a 600 MW e tornaram-se recentemente um foco de crescente atenção de investidores, financiadores e promotores que procuram novas oportunidades em mercado menos concorridos.

Há, atualmente, oito projetos conhecidos de centros de dados em desenvolvimento, a maioria no distrito de Lisboa. Setúbal, Porto e Braga recebem o restante pipeline. Destacam-se, entre estes, o Sines Start Campus, em construção no distrito de Setúbal, o maior projeto de hiperescala do país, que ambiciona uma capacidade máxima de 495 MW, 100% alimentada por energia verde.

Em Lisboa, o Lisbon Data Centre by Atlas Edge, em Carnaxide, pretende alcançar uma capacidade de 20 MW, inteiramente alimentada por energia renovável e sem desperdício de água. No mesmo distrito, o Data Centre da Merlin Properties em Vila Franca de Xira, está já licenciado para uma capacidade de 24 MW, com possibilidade para expandir a 100 MW, sendo o maior projeto deste investidor na Ibéria.

Existem atualmente mais de 30 centros de dados que se distinguem quer pelas suas operações de maior escala, quer pelo foco na prestação de serviços a clientes. A maioria destes centros (37%) localiza-se em Lisboa, devido à sua forte infraestrutura de conetividade. O centro da Covilhã, detido pela Altice, é atualmente a maior instalação em operação do seu tipo, possuindo capacidade para armazenar 50.000 servidores numa área de 75.500 m2.

Fatores para a competitividade do país

Portugal tem condições para escalar o desenvolvimento de data centers, desde logo devido à maior disponibilidade e custo competitivo de terrenos e imóveis para reconversão. Outra caraterística diferenciadora do país é a sua geo-localização estratégica, numa posição que permite ser um ponto de contacto e porta para a Europa, África, América do Sul e América do Norte. Em termos de condições geográficas e climáticas, a produção de energia verde, a infraestrutura a nível de conetividade e o facto de a sua localização ser ponto de passagem ou destino final de diversos cabos submarinos intercontinentais, muitos dos quais situados em Lisboa (Carcavelos) e Setúbal (Sesimbra), que gerem 95% do tráfego global de internet.

“É essencial uma boa assessoria nesta fase de arranque do mercado em Portugal, pois o país mantém alguns desafios importantes nesta área. Entre eles a falta de um enquadramento legal específico para centros de dados, especialmente para instalações de maior dimensão, bem como a ausência de políticas fiscais concretas e as dificuldades de licenciamento, que pelas mesmas razões, continuam a ser um desafio”, defende Caetano de Bragança, Head of Consulting da JLL.

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