João Miguel Louro
Managing Broker da eXp Realty
Opinião
Managing Broker da eXp Realty
Opinião
Vivemos tempos de mudança acelerada. A tecnologia redefine a forma como trabalhamos, comunicamos e criamos valor. No setor imobiliário, essa transformação é particularmente visível: novas ferramentas surgem todos os dias, os clientes estão mais informados e as equipas mais tecnológicas conquistam vantagem competitiva. Mas há algo que permanece constante — a distância entre o que todos querem e o que poucos estão dispostos a fazer.
Todos querem resultados. Querem mais angariações, mais leads qualificados, mais vendas e mais reconhecimento. Mas poucos querem os processos que conduzem a esses resultados. E menos ainda estão dispostos a tornar-se nas pessoas que esses processos exigem. É aqui que está o verdadeiro filtro.
"No imobiliário, o sucesso não acontece por acaso. É o produto de um conjunto de hábitos e sistemas que funcionam mesmo quando a motivação falha."
No imobiliário, o sucesso não acontece por acaso. É o produto de um conjunto de hábitos e sistemas que funcionam mesmo quando a motivação falha. Prospeção constante, acompanhamento estruturado, comunicação intencional, gestão de dados e relacionamento próximo com o cliente — tudo isso faz parte de um processo que exige disciplina e consistência. E é precisamente aí que muitos desistem.
A tecnologia veio simplificar alguns desses passos, mas também elevar o nível de exigência. Automatizar tarefas não significa eliminar esforço; significa redirecioná-lo para onde realmente importa. Ferramentas de CRM, plataformas de automação, inteligência artificial e análise de dados não substituem o profissional — amplificam-no. Tornam visível o que antes se escondia: quem trabalha com método e propósito, e quem apenas procura atalhos.
"É exatamente aí — nesse ponto invisível entre o desejo e a disciplina — que se separa quem sobrevive de quem verdadeiramente lidera o futuro da mediação imobiliária."
Ser um Agente de sucesso hoje já não é apenas dominar o mercado, é dominar-se a si próprio. É aceitar que cada nova ferramenta requer uma nova mentalidade. É compreender que não basta aprender processos — é preciso tornar-se na pessoa que os processos exigem. Essa é a transformação mais profunda: a que acontece por dentro.
O profissional que se adapta à tecnologia sem perder o toque humano constrói confiança. O que entende dados, mas continua a ouvir histórias cria relações duradouras. O que abraça a mudança com curiosidade, em vez de resistência, torna-se relevante num mercado em constante disrupção.
O filtro não está nos resultados, está nas atitudes. Está na forma como se lida com a incerteza, com a aprendizagem, com a exigência do tempo presente. A tecnologia não veio substituir os agentes; veio revelar quem realmente está disposto a evoluir.
No fim, todos querem resultados. Alguns aceitam os processos. Poucos decidem crescer o suficiente para se tornarem nas pessoas que esses processos exigem. E é exatamente aí — nesse ponto invisível entre o desejo e a disciplina — que se separa quem sobrevive de quem verdadeiramente lidera o futuro da mediação imobiliária.