Ricardo Costa

CEO da LUXIMOS Christie´s International Real Estate

Opinião

A revolução das casas inteligentes

12 Fevereiro, 2025 · 07:56

Quem tem mais de 45 anos, de certeza que se lembra do “Regresso ao Futuro II”, aquele clássico de 1989 que nos colou ao ecrã a ver Marty McFly (Michael J. Fox) a viajar para o longínquo ano de 2015. Ali encontrou casas com portas automáticas, comandos de voz e sistemas que ajustavam a temperatura. Soa familiar?

Como tantas vezes a vida imita a arte, o futuro chegou — e está literalmente dentro das nossas casas.  Quase tudo o que parecia ficção nesse filme é agora uma realidade nas smart homes.

Uma smart home é uma casa equipada com dispositivos conectados à internet que permitem controlar e monitorizar várias funcionalidades à distância, seja através de um smartphone, tablet ou comandos de voz. Imagine luzes que se ajustam à luminosidade natural, termóstatos que aprendem os seus hábitos ou fechaduras inteligentes que reconhecem o seu rosto. Parece magia, mas é tecnologia ao serviço do nosso conforto e eficiência.

Hoje, com um smartphone na mão, controlamos quase tudo: luzes, temperatura, sistemas de segurança e eletrodomésticos. Mas, como é que tudo isto afeta o mercado imobiliário? Não é surpresa que as smart homes estejam a transformar o mercado imobiliário do ponto de vista da atratividade e valorização dos imóveis, dado que os compradores estão dispostos a pagar mais por imóveis que ofereçam maior comodidade e eficiência energética. Em Portugal, as gerações mais jovens, como os Millennials e a Geração Z, já não dispensam casas que integrem tecnologia.


"Como tantas vezes a vida imita a arte, o futuro chegou — e está literalmente dentro das nossas casas.  Quase tudo o que parecia ficção nesse filme é agora uma realidade nas smart homes."


Por outro lado, casas inteligentes otimizam o consumo energético através de sensores e dispositivos que ajustam automaticamente luzes, aquecimento e eletrodomésticos, o que reduz os custos de eletricidade e torna os imóveis mais sustentáveis. No segmento premium os sistemas de tecnologia avançados são indispensáveis, o que aumenta ainda mais a sua exclusividade e preço. Para os vendedores, investir em soluções tecnológicas pode ser o fator decisivo para atrair interessados — e fechar o negócio mais rapidamente. Uma casa equipada com sistemas inteligentes não só atrai mais interessados, como pode acelerar o processo de venda. No segmento premium, a tecnologia avançada é quase indispensável, aumentando a exclusividade e o valor do imóvel.

A eficiência energética é um dos maiores trunfos das smart homes porque nos permite poupar na fatura de eletricidade sem diminuir o nosso conforto. Com termóstatos inteligentes e iluminação adaptativa, é possível reduzir o consumo de energia. O aquecimento pode ser programado para ligar apenas quando está em casa, e a luz ajusta-se automaticamente à luminosidade natural. E agora sim, ninguém precisa de se preocupar porque os miúdos deixaram as luzes acesas!

O conforto e a conveniência também não ficam atrás. Acordar com o café já pronto ou ver as cortinas a abrirem-se sozinhas é o tipo de luxo que já não está restrito aos filmes de Hollywood. Com uma casa que “conhece” as necessidades dos seus habitantes, ficamos libertos das tarefas repetitivas e ganhamos mais tempo para desfrutar do que nos dá prazer.


"Acordar com o café já pronto ou ver as cortinas a abrirem-se sozinhas é o tipo de luxo que já não está restrito aos filmes de Hollywood."


A segurança é outra área onde as smart homes brilham. Câmaras de vigilância, sensores de movimento e fechaduras inteligentes garantem que a sua casa está sempre protegida. Com a ajuda da tecnologia recebemos alertas em tempo real se algo incomum acontecer nas nossas casas. E para pessoas com mobilidade reduzida, a tecnologia torna o quotidiano muito mais acessível com luzes que respondem a comandos de voz ou sistemas de assistência automática que facilitam o dia a dia e tornam os espaços mais inclusivos.

E o que nos reserva o futuro? A tendência aponta para inovações ainda mais avançadas, com foco em automação, inteligência artificial (IA), sustentabilidade e personalização através de assistentes virtuais. A IA estará cada vez mais integrada na gestão da casa, aprendendo os hábitos dos moradores e antecipando as suas necessidades. Imagine persianas que se fecham ao pôr do sol, aquecimento que se liga quando a temperatura desce ou até um frigorífico que faz encomendas automáticas. Além disso, os dispositivos de diferentes marcas estarão cada vez mais interligados, criando um ecossistema unificado de controlo da casa. Graças a padrões como o Matter, a compatibilidade entre dispositivos deixará de ser uma preocupação. E as casas do futuro poderão até monitorizar a saúde dos moradores, com sensores que avaliam a qualidade do ar, sinais vitais e padrões de sono, alertando para possíveis problemas de saúde ou ajustando automaticamente as condições do ambiente. A sustentabilidade também estará no centro das smart homes do futuro. Painéis solares, baterias domésticas e sistemas de reaproveitamento de água tornar-se-ão a norma, contribuindo para casas mais autossuficientes e amigas do ambiente.

As smart homes não são uma moda passageira — são o presente e o futuro das habitações. Para quem está a pensar comprar ou renovar uma casa, integrar tecnologia inteligente é uma aposta acertada.

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