Mais Habitação terá “efeitos negativos no mercado residencial”

Mais de 90% dos promotores imobiliários consideram que o pacote ‘Mais Habitação’ terá efeitos negativos sobre o mercado residencial. Esta é uma das conclusões do estudo Portuguese Investment Property Survey conduzido pela Confidencial Imobiliário e pela Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII).

Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, afirma que, «inquiridos sobre o impacto do programa nas principais dimensões da sua atividade, os promotores imobiliários fazem uma avaliação negativa em todos os parâmetros», e «o programa parece até produzir efeitos inversos aos pretendidos».

Entre os efeitos negativos, «os mais fortes serão a perda de confiança dos investidores neste mercado, com impacto na redução da oferta e, por conseguinte, dando continuidade ao percurso de aumento dos preços», adianta.

As medidas de simplificação para os tempos de licenciamento são as únicas referidas como positivas. Contudo, metade dos inquiridos considera que estas não terão grande impacto em termos de resultados.

No topo das preocupações reveladas pelos promotores, encontram-se precisamente o tempo de licenciamento e a burocracia. Por seu turno, a instabilidade fiscal e legislativa passou a segundo fator de maior preocupação, face ao novo pacote de políticas públicas aprovado pelo Governo.

A atratividade da promoção para arrendamento (build-to-rent) atingiu o seu nível mais baixo, uma vez que apenas 12% dos operadores veem este mercado como atrativo (face a 40% do trimestre anterior). Já 32% dos operadores consideram esse mercado totalmente inviável, quando há três meses eram apenas 14%.

No respeitante às expectativas para o próximo trimestre, antevê-se um cenário de quebra nas vendas, mas com desagravamento da contração e estabilização dos preços.

O Portuguese Investment Property Survey é um inquérito de sentimento que visa identificar as mais recentes tendências do mercado, acompanhando a perceção por parte dos promotores e investidores ativos em Portugal.

Fonte: Lusa / Redação