Lisboa foi a cidade onde os preços das casas de luxo mais cresceram no primeiro semestre de 2024. O estudo da consultora Savills “Prime Residential World Cities”, que analisa 30 cidades, assinala um crescimento médio de 0,8% no mercado residencial prime global, acima do crescimento de 0,6% previsto para este ano. A capital portuguesa aumentou 4,2%, acompanhando Dubai, Banguecoque e Atenas, que também registaram fortes subidas.
As cidades do Sul da Europa e do Médio Oriente registaram o mais forte crescimento de valor durante os primeiros seis meses do ano. Amesterdão, Madrid e Atenas registaram aumentos de valor superiores a 3% e o Dubai completa o Top 5, liderado por Lisboa, com um crescimento de 2,9% nos primeiros seis meses do ano
Berlim e Londres a descer
Mais de metade das cidades analisadas (60%) registaram aumentos de valor, refletindo confiança nesta classe de ativos. Em sentido inverso, foram sete as cidades a registar quedas de preços, mas estas foram inferiores a -1%. Entre elas, Berlim e Londres registaram ligeiras descidas de preços de -0,8% e -0,1%, respetivamente.
Segundo o estudo, “os sólidos alicerces dos mercados residenciais prime, poderão permitir uma possibilidade de valorização no segundo semestre do ano nestas localizações”. No entanto, deixam o alerta de que alguns investidores permanecem cautelosos devido à falta de informação sobre as taxas de juro.
Crescimento e atratividade internacional
Dubai, Banguecoque e Lisboa lideram o crescimento das rendas no mercado prime, nos primeiros seis meses de 2024, com aumentos de 12,1%, 9% e 7,5%, respetivamente. Em Lisboa, a crescente procura por imóveis de alta qualidade, aliada à atratividade do estilo de vida e ao movimento de relocalizações corporativas, tem sido determinante para a subida das rendas. Este desempenho reflete o posicionamento da cidade como um destino de excelência tanto para expatriados como para investidores internacionais.
Globalmente, a rentabilidade bruta média nos 30 mercados prime analisados pela Savills situa-se atualmente em 3,1%, um aumento de 10 pontos base em comparação com dezembro de 2023. Cidades como Los Angeles, Nova Iorque e Dubai continuam a ser as mais lucrativas para os investidores, com rentabilidades médias superiores a 5%.
Perspetivas globais
Na região da Ásia-Pacífico, o desempenho foi misto. Cidades como Banguecoque, Sydney e Mumbai registaram aumentos superiores a 2,5%, devido à forte procura combinada com uma oferta limitada.
Tóquio também registou um crescimento de 1,6%. No entanto, o mercado chinês continua a ser afetado pelas políticas governamentais, com transações em baixa nas principais cidades, exceto Xangai, que apresentou um crescimento marginal de 0,1%.
Nos Estados Unidos, a situação é distinta. As taxas de juro persistentemente elevadas levaram à estagnação do mercado imobiliário. A prevalência de hipotecas a 30 anos com taxa fixa desencorajou novos compradores, especialmente aqueles com taxas fixas anteriormente a níveis mais baixos.
Consequentemente, três das quatro cidades norte-americanas monitorizadas registaram quedas nos preços dos imóveis prime, com São Francisco a ser a única exceção, apresentando um aumento de 0,7% no primeiro semestre.
O que esperar para o segundo semestre
Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills, destaca que “Lisboa continua a ter uma elevada procura de imóveis prime principalmente por compradores internacionais o que tem levado à sua valorização. O facto da capital do país ter sido a cidade onde os imóveis prime mais valorizaram no primeiro semestre de 2024 revela que continua a ser uma mercado muito apetecível e tudo indica que a procura irá continuar bastante forte até ao final do ano”.
Por outro lado, Kelcie Sellers, Associate Director da Savills World Research, antecipa um crescimento médio de 0,5% para o segundo semestre de 2024, elevando o crescimento total anual para 1,3%. “Projeta-se que o atual desfasamento entre a oferta e a procura de produtos residenciais de gama alta impulsione o crescimento dos preços em cidades europeias como Amesterdão, Lisboa e Barcelona, onde se prevê um crescimento de 2% a 3,9% no segundo semestre de 2024”, afirma.