Investimento
Lisboa é o 8º destino para investimento em residências de estudantes na Europa
Junho 20, 2024 · 11:49 am
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Lisboa é um dos mercados europeus com maior potencial de crescimento para investimento em residências de estudantes, segundo o relatório “European PBSA: Investing in the Future”, desenvolvido pela JLL.
Este estudo analisa 40 cidades europeias em termos da procura por parte dos estudantes, coloca a capital portuguesa na 8ª posição do ranking liderado por Londres, Paris e Barcelona.
A procura por residências de estudantes (Purpose-built student accommodation – PBSA, no termo em inglês) de qualidade na Europa nunca foi tão elevada, avança o estudo. O número de estudantes tem mantido o crescimento e refletido a crescente procura internacional pelas principais faculdades europeias. Por outro lado, o interesse dos investidores também está a aumentar, mas a procura supera largamente a oferta existente, estimando-se que faltem 3 milhões de camas no stock para dar resposta às necessidades atuais.
Este défice deve agravar-se em mais 200 mil camas nos próximos cinco anos, segundo o relatório que analisa a procura por parte dos estudantes, a oferta de residências universitárias e o seu potencial de desenvolvimento, além da maturidade do mercado, desempenho operacional, acessibilidade e adequação de eficiência energética do atual stock.
Europa tem de quadruplicar oferta
A atual oferta de residências privadas de estudantes na Europa soma 800 mil camas, pelo que seria necessário crescer quatro vezes para satisfazer a procura existente. Portanto, destes valores resulta uma oportunidade de investimento de €450 mil milhões, 34 vezes mais do que o recorde anual europeu de investimento imobiliário observado em 2022, afirma o estudo.
Do universo avaliado, há 20 cidades que se impõem como os destinos mais atrativos para investimento em nova oferta de PBSA. Lisboa é identificada como um dos “newcomers”, ou seja, cidades emergentes que conjugam um forte crescimento da população estudantil com um custo de vida acessível, além de evidenciar o esforço realizado nos últimos anos para internacionalizar o ensino.
Segundo este relatório, o número de estudantes em Portugal cresceu 83% entre os anos letivos de 2016/2017 e 2022/2023, e especificamente entre o segmento de alunos internacionais, a taxa de crescimento foi de 100%.
Lisboa é a 10.ª cidade com mais estudantes
Lisboa é a 10.ª cidade com maior número de estudantes, somando uma população universitária da ordem dos 170 mil alunos.
Apesar disso, é também uma das cidades onde há maior escassez de oferta, sendo a 4.ª com maior carência. Concretamente, a taxa de provisão existente na capital portuguesa é atualmente uma das mais baixas da Europa, com o stock atual a dar resposta a menos de 4% da procura ativa.
“Lisboa tem, de facto, uma procura elevada e crescente para as residências universitárias, quer por estudantes estrangeiros quer de mobilidade nacional. Atualmente a população internacional representa 16% da comunidade de estudantes universitários em Portugal, quando em 2010 a sua quota era de 6%”, comenta Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL. E acrescenta: “Contudo, temos efetivamente um problema de falta estrutural de oferta e, de facto, é necessário bastante mais pipeline. Mesmo com o reforço previsto do stock que este estudo aponta e que coloca Lisboa entre as cidades com a taxa de crescimento da oferta mais elevada nos próximos cinco anos, vamos continuar muito abaixo das necessidades da procura, até mesmo num cenário conservador quanto ao crescimento do número de estudantes”.
Por seu turno, André Vaz, Head of Living & Alternative Investment da JLL, esclarece que “o PBSA é uma das classes de ativos com maior dinâmica na Europa, essencialmente devido às yields mais atrativas face a outro tipo de ativos e porque operacionalmente corre muito bem. Em Portugal, o potencial de investimento neste setor é enorme, porque partimos de um stock extremamente baixo face ao universo de procura que efetivamente existe”.
O estudo da JLL revela ainda que cerca de 40% da procura europeia de residências universitárias que não tem resposta – 1,2 milhões de camas – concentra-se nas 40 principais cidades universitárias, estimando-se que este défice aumente em mais 8% apesar do pipeline previsto de 130 mil novas camas.