As transações de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) totalizaram 4,1 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2024, valor que mais do que duplica face ao mesmo período de 2023, quando o IDE se situou em 2 mil milhões de euros.
Segundo os dados ontem divulgados pelo Banco de Portugal, o setor imobiliário foi responsável por 1,6 mil milhões de euros deste montante, ascendendo o ‘stock’ de investimento direto do exterior a 67% do PIB.
Imobiliário triplica em 10 anos
O IDE em Portugal cresceu mais de 55% na última década e o setor imobiliário foi o principal motor deste aumento, com o valor do investimento estrangeiro a mais do que triplicar, passando a ser dominado por empresas, fundos, bancos e particulares com poder de compra fora do país.
No setor imobiliário, o crescimento foi significativo, com a posição de IDE a aumentar de 4,9 mil milhões de euros no final do primeiro semestre de 2014 para os expressivos 15 mil milhões de euros atuais.
Desde 2014, o setor imobiliário cresceu de tal forma que subiu da sexta para a quarta posição no ranking das atividades económicas mais relevantes para o IDE, medido pelo valor do balanço destas operações. Quando combinado com o setor da construção, este conjunto torna-se o terceiro maior da economia em termos de IDE, somando 18,5 mil milhões de euros e representando mais de 10% do total.
Europeus investem mais
Nos primeiros seis meses de 2024 foram os investidores residentes em países europeus que mais investiram em Portugal, somando 3.218 milhões de euros, seguindo-se os da América (441,25 milhões de euros), Ásia (274,55 milhões de euros) e África (220,25 milhões de euros).
Em sentido inverso, no que respeita ao investimento direto de Portugal no exterior (IPE), as transações no primeiro semestre do ano somaram 2.600 milhões de euros (3.400 milhões de euros no período homólogo de 2023), dos quais 2.533 milhões foram canalizados para países europeus.
No que respeita ao ‘stock’ de IDE em Portugal, no final do primeiro semestre de 2024 era de 184.000 milhões de euros, enquanto o ‘stock’ de IPE era de 67.600 milhões de euros.
Estes montantes representavam, respetivamente, 67% e 25% do Produto Interno Bruto (PIB) português.