Investimento em nova habitação dispara 26% em 2024

O investimento na promoção de nova habitação registou uma aceleração em 2024, com um crescimento de 26% no número de fogos em licenciamento. Os dados do Pipeline Imobiliário apurados pela Confidencial Imobiliário indicam que houve um reforço dos projetos de grande dimensão e uma maior diversificação geográfica dos mercados.

As autarquias de Portugal Continental registaram, em 2024, pedidos para o licenciamento de 21.900 projetos de habitação, num total de 65.550 novos fogos. Este número revela um aumento de 26% face aos 51.870 registados em 2023, quando se contabilizaram pedidos para o licenciamento de 21.400 novos projetos. Em número de projetos, o crescimento face a 2023 é de 7%.

Destaca-se um aumento significativo dos projetos de grande escala: os edifícios residenciais de grande escala passaram a contribuir para 9% da carteira de novos fogos projetados em 2024, o que compara com os 6% que assumiam em 2023.

Em 2024, são 41 os edifícios a partir de 100 apartamentos, duplicando os 21 registados em 2023. Estes empreendimentos representaram 5.890 fogos em 2024, face aos 2.880 apartamentos em 2023.

O pipeline inclui ainda três edifícios com mais de 200 fogos (Vila Nova de Gaia, 294 apartamentos; Portimão, 218 fogos; e Setúbal, 217 fogos), quando no ano anterior havia apenas um projeto deste tipo.

Outros 13 projetos dizem respeito a edifícios de 150 a 200 apartamentos, enquanto os edifícios de 100 até 150 apartamentos, contabilizam 25 projetos em 2024.

Estes projetos de grande escala distribuem-se por 20 concelhos do país, sobretudo nas Áreas Metropolitanas (AM) de Lisboa e Porto, mas evidenciando uma crescente diversificação em outras regiões, como Aveiro, Leiria, Vila Nova de Famalicão e Vizela, e no Algarve, Portimão, Faro e Vila Real de Santo António.

A AM de Lisboa conta com 16 projetos, três dos quais na capital e outros em Almada. Amadora, Barreiro, Loures, Oeiras, Setúbal e Sintra o que demonstra esse efeito de dispersão geográfica, também nas áreas metropolitanas.

Por seu lado, na AM do Porto, há uma incidência de investimento nos dois principais mercados da região, Porto e Vila Nova de Gaia, com seis edifícios com mais de 100 apartamentos cada.

Outra evidência do dinamismo acrescido da promoção residencial são os 17 concelhos com carteiras de mais de 1.000 fogos. O Porto lidera esta lista com 3.410 fogos e Vila Nova de Gaia com 3.401. Lisboa soma 2.625 fogos, enquanto Sintra, Setúbal, Loures, Almada e Oeiras também superam as 1.000 unidades na AM de Lisboa. Na AM do Porto, Matosinhos, Maia e Vila do Conde seguem a mesma tendência.

Fora das áreas metropolitanas, cidades como Braga, Barcelos, Vila Nova de Famalicão, Leiria, Coimbra e Guimarães consolidam-se como destinos de elevado interesse para o investimento imobiliário, uma novidade face aos anos anteriores.

Os dados resultam de uma análise da Confidencial Imobiliário, no âmbito do sistema de informação Pipeline Imobiliário, aos pré-certificados emitidos pela ADENE.