Impostos

IMI agravado para devolutos e ruínas aplicado por 64 autarquias

Abril 29, 2024 · 11:58 am
Imagem de Freepik

O número de autarquias que indicou à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) que quer aplicar a taxa agravada de Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI) para prédios devolutos e em ruínas ascende a 64, disse à Lusa fonte oficial do Ministério das Finanças.

Em causa está a aplicação de um agravamento das taxas do IMI, previsto na lei, com reflexo no imposto relativo a 2023 e cujo primeiro pagamento tem lugar durante o próximo mês de maio.

Em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério liderado por Miranda Sarmento refere que no seu conjunto aquelas 64 autarquias identificaram 5.729 imóveis devolutos e outros 7.047 devolutos localizados em zona de pressão urbanística.

Zonas de pressão podem triplicar taxas

As taxas do IMI são anualmente fixadas pelas autarquias num intervalo que, no caso dos prédios urbanos (edificado e terrenos para construção), está balizado entre 0,3% e 0,45%, mas a lei prevê agravamentos, que são diferentes, para aquelas duas situações.

Assim, para os devolutos em geral as taxas do imposto “são elevadas, anualmente, ao triplo nos casos de prédios urbanos que se encontrem devolutos há mais de um ano (…)”.

Na prática, isto significa que os proprietários dos imóveis devolutos localizados numa daquelas 64 autarquias pagarão uma taxa de, por exemplo, 0,9% sobre o valor patrimonial em vez dos 0,3% aplicados na generalidade das situações.

Já nos imóveis devolutos e localizados em zonas de pressão urbanística, o agravamento da taxa é maior, com a lei a determinar que esta “é elevada ao décuplo, agravada, em cada ano subsequente, em mais 20%”.

Casas em ruínas com taxas agravadas

O Código do IMI também prevê taxas agravadas para as casas em ruínas – contemplando valores semelhantes aos dos devolutos das zonas de pressão urbanística e dos outros -, tendo sido identificados nesta situação 4.305 imóveis, segundo os dados da mesma fonte oficial.

Os 64 municípios que comunicaram à AT a intenção de fazer uso destes mecanismos especiais previsto no Código do IMI comparam com os 24 que tomaram esta iniciativa relativamente aos imóveis devolutos para o IMI de 2021 e pago em 2022 e com as 40 que assim optaram para os degradados e em ruínas. De referir que 2021 é o último ano para o qual foram facultados dados oficiais.

Casas de férias ou em reabilitação são exceção

No apuramento das casas devolutas são tidos em conta indícios de desocupação como “a inexistência de contratos em vigor com empresas de telecomunicações e de fornecimento de água, gás e eletricidade” ou “a inexistência de faturação relativa a consumos de água, gás, eletricidade e telecomunicações”, mas há exceções.

Entre as exceções estão as casas de férias ou de arrendamento temporário, as casas que se encontrem em obras de reabilitação, desde que certificadas pelos municípios, as casas para revenda e as de emigrantes ou de portugueses residentes no estrangeiro no exercício de funções públicas.

As decisões das autarquias sobre as taxas de IMI devem ser comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira até 31 de dezembro, por transmissão eletrónica de dados, para vigorarem no ano seguinte. Na ausência desta informação, dentro daquela data, a AT procede ao cálculo do IMI com base na taxa mínima de 0,3%.

Fonte: Lusa

Impostos

Valor de casas isentas no IMT Jovem sobe para 324 mil euros

Proposta de Orçamento de Estado para 2025 prevê atualização de 2,3% dos escalões de IMT.

Impostos

Jovens sem acesso a isenção de IMT se forem donos de imóvel em ruína

Autoridade Tributária e Aduaneira entende que proprietários não podem usufruir do benefício.

Impostos

IMT Jovem já beneficiou mais de 3 mil pessoas na compra de 2.141 casas

A isenção de IMT e IS para jovens até aos 35 anos na compra da primeira casa está em vigor desde agosto.

Leia mais

Habitação

OE2025: Conheça as medidas propostas para a Habitação

A proposta de Orçamento de Estado para 2025 foi ontem apresentada no Parlamento.

Habitação

OE2025: Governo esclarece que não vai descongelar as rendas antigas

Executivo não pretende alterar o regime em vigor.

Dinheiro

Rendas continuam a aumentar: mais 7,2% em setembro

Valor médio de todos os contratos de arrendamento continua a crescer.

Impostos

Valor de casas isentas no IMT Jovem sobe para 324 mil euros

Proposta de Orçamento de Estado para 2025 prevê atualização de 2,3% dos escalões de IMT.