O início de uma nova etapa académica traz desafios para os jovens universitários, especialmente para aqueles que se deslocam para estudar longe de casa.
Um dos maiores obstáculos que estes estudantes enfrentam é, sem dúvida, a procura de alojamento. Por isso, preparámos um Guia sobre o Alojamento no Ensino Superior, com todas as informações e dicas preciosas para esta fase.
Na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior 2024 foram colocados 49 963 novos estudantes no ensino superior público. O número representa uma taxa de colocação de candidatos de 85,7%, mais dois pontos percentuais do que no ano anterior, sendo que 56,1% dos estudantes foram colocados na sua primeira opção e 87,8% numa das suas três primeiras opções de candidatura.
O Governo aprovou, para este ano letivo de 2024/ 2025 um reforço dos apoios sociais com o objetivo de “adequar e reforçar os apoios financeiros à real situação socioeconómica dos estudantes, promovendo o sucesso e reduzindo o abandono no Ensino Superior, em particular quanto a trabalhadores-estudantes e a estudantes deslocados, mediante o reforço de beneficiários de complemento de alojamento”, afirma o comunicado à imprensa.
- Escassez de alojamentos apesar do crescimento
De acordo com os dados mais recentes do Observatório do Alojamento Estudantil, no relatório de julho de 2024, embora a oferta do número de quartos disponíveis para estudantes tenha duplicado no último ano, passando de 2674 em julho de 2023 para 5666 em 2024, a procura continua a ser maior que a oferta, especialmente nas principais cidades universitárias.
Lisboa lidera a oferta com 2547 alojamentos disponíveis, seguida pelo Porto com 734, e Coimbra com 466. Em contrapartida, cidades como Beja, Guarda e Funchal têm uma oferta extremamente limitada, com apenas oito quartos disponíveis no Funchal.
Pode saber aqui quantos quartos disponíveis há em cada cidade e qual o preço médio praticado.
A história repete-se todos os anos: a escassez de camas e os preços elevados “forçam” muitos estudantes a recorrer ao mercado paralelo de arrendamento o que os deixa sem acesso aos apoios do Estado. Ou seja, se o senhorio não passar recibo, o estudante deslocado não pode receber o complemento de alojamento.
Em 2022, um inquérito realizado pela Federação Académica do Porto revelou que 52% dos estudantes deslocados não tinham contrato de arrendamento, uma realidade que se mantém.
Em 2023, uma auditoria de desempenho ao controlo tributário realizada pela Inspeção-Geral de Finanças, no âmbito do arrendamento imobiliário, revelou que a fiscalização à evasão fiscal está a falhar.
- Aumento dos custos de arrendamento
Os custos de arrendamento para estudantes em Portugal continuam a subir. O preço médio de um quarto é atualmente de 397 euros mensais, representando um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior. De norte a sul, há, naturalmente, grandes discrepâncias de valores, consoante as regiões.
Lisboa, como principal pólo universitário do país, tem um valor médio por quarto de 480 euros, um aumento de 6,8% em comparação com julho de 2023. O Funchal destaca-se pelo maior aumento percentual, com os preços dos quartos a subirem 48,3%, atingindo uma média de 400 euros por mês. Já os quartos mais acessíveis ficam na Guarda com um custo médio de 160 euros por mês.
- Qualidade e condições dos alojamentos
A qualidade dos alojamentos disponíveis continua a ser uma preocupação. Embora existam projetos em curso para melhorar a oferta de residências estudantis, muitos estudantes ainda têm de optar por soluções menos adequadas devido à escassez de alternativas.
As condições de habitabilidade e a proximidade às instituições de ensino são fatores relevantes para o sucesso escolar e boa integração e, por vezes, ficam muito aquém do desejável.
Em alguns casos, os jovens acabam por ficar alojados mais longe dos estabelecimentos de ensino, em zonas menos pressionadas pela procura, mas as despesas associadas aos transportes e o tempo despendido nas deslocações deve ser contabilizado.
- Impacto nas decisões académicas
A crise no alojamento estudantil em Portugal está a atingir níveis críticos, tornando-se o maior entrave ao acesso ao ensino superior, superando até o custo das propinas.
A falta de alojamento acessível impede muitos jovens de se matricularem nas universidades, mesmo depois de serem admitidos, alertam as associações de estudantes. Para muitos o condicionamento começa logo na fase de candidaturas porque sabem que não podem suportar os custos de estudar em determinadas zonas do país.
Esta situação não só limita o acesso ao ensino superior como também coloca em risco a saúde mental dos estudantes, devido ao stress associado à procura de alojamento e aos custos do mesmo.
Segundo os resultados do Inquérito às Condições Socioeconómicas e Académicas dos Estudantes do Ensino Superior, promovido pela Direção-Geral do Ensino Superior, o alojamento representa a fatia mais pesada dos orçamentos. Em média, os estudantes dizem gastar 903,9 euros por mês e cerca de um terço deste valor destina-se ao alojamento, ou seja, aproximadamente 300 euros.
- Apoios a estudantes deslocados
O Governo aprovou para este ano letivo um reforço dos apoios sociais, para “alargar e diversificar cada vez mais o potencial de candidatos a formações superiores e adequar e reforçar os apoios financeiros à real situação socioeconómica dos estudantes, promovendo o sucesso e reduzindo o abandono no Ensino Superior,” em particular no respeitante a trabalhadores-estudantes e a estudantes deslocados, mediante o reforço de beneficiários de complemento de alojamento.
O complemento de alojamento é um apoio pago aos estudantes bolseiros deslocados que não obtenham vaga nas residências públicas e varia entre 264,24 euros e 456,41 euros, em função da cidade.
A partir deste ano letivo, os estudantes deslocados sem bolsa, cujo rendimento ‘per capita’ da família varie entre 836 euros e 1.018 euros mensais (rendimentos per capita entre 23 e 28 vezes o IAS) vão também receber um apoio ao alojamento correspondente a 50% do valor do complemento atribuído a bolseiros.
Neste caso, o Governo prevê que a medida, com um custo anual de 32 milhões de euros, possa chegar a mais de 13.000 estudantes não bolseiros.
Bolsas para estudantes
Foram introduzidas alterações ao regulamento de atribuição de bolsas a estudantes do Ensino Superior no ano letivo 2024/2025 “para alargar e diversificar cada vez mais o potencial de candidatos a formações superiores”. A nova versão do regulamento traz as seguintes alterações:
- Isenção dos rendimentos dos trabalhadores-estudantes até 14 vezes da retribuição mínima mensal garantida, para efeitos do cálculo do rendimento per capita na candidatura à atribuição de bolsa;
- Alargamento aos estudantes dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TEsP) da atribuição automática de bolsa de estudo, para alunos que cumpram com os critérios exigidos;
- Atualização dos valores limites dos complementos de alojamento face ao ano letivo anterior, em linha com a evolução do Indexante de Apoios Sociais.
Para saber mais sobre a atribuição de Bolsas para o Ensino Superior consulte estas páginas:
O apoio às deslocações atribuído aos estudantes bolseiros do ensino superior que recebem complemento de alojamento vai aumentar de 25 para 40 euros mensais, uma alteração com efeitos retroativos ao início de 2024.
- Possibilidades de alojamento
Residências Universitárias
A rede de residências públicas de estudantes engloba mais de 15 mil camas, um número claramente insuficiente para os cerca de 175 mil alunos de ensino superior deslocados. A oferta atual cobre apenas cerca de 9% dos estudantes que saem de casa para estudar. Este défice significa que muitos estudantes têm de recorrer ao mercado privado.
Apesar das condicionantes, esta é opção mais económica e prioriza os estudantes com maiores dificuldades financeiras. O acesso faz-se através de candidatura. Só é possível apresentá-la após a matrícula no estabelecimento de ensino.
Apesar do aumento do número de camas em residências universitárias previsto pelo Programa Nacional de Alojamento do Ensino Superior (PNAES), que deverá adicionar mais de 18 mil camas até 2026, até julho deste ano apenas 6% destas estavam concluídas, 35% em curso e as restantes em fases de projeto e adjudicação.
À semelhança do que já acontecia, os estudantes do ensino superior vão continuar a poder ficar alojados em Pousadas da Juventude e, em 2024, o número de unidades disponíveis passa de 19 para 22, num total de 673 camas das Pousadas de Juventude e 36 camas da rede do INATEL.
Residências de estudantes privadas
As residências de estudantes privadas oferecem uma série de comodidades para os jovens que saem de casa para estudar, contudo não estão ao alcance de muitas das famílias portuguesas, sobretudo se tiverem mais do que um filho deslocado. Podem ser pequenos apartamentos partilhados, estúdios ou quartos em residências com maior capacidade. Estes têm a vantagem de garantir qualidade e um preço fixo, uma vez que o valor mensal, por regra, já inclui as despesas fixas, a internet e limpeza.
Arrendamento privado
Para estudantes que procuram maior privacidade, o arrendamento privado é uma alternativa, embora seja geralmente mais dispendiosa.
Com o aumento dos preços de arrendamento nas principais cidades, é crucial que os estudantes comecem a procurar alojamento com antecedência e considerem diferentes opções para encontrar algo dentro do seu orçamento. Pode procurar pessoas de confiança para dividir o arrendamento e as despesas.
Agências imobiliárias e plataformas online, como o CasaYes.pt, são excelentes na procura de alojamento para arrendar.
Partilha de casa
Partilhar casa com outros estudantes continua a ser uma das soluções mais viáveis para muitos. Algumas plataformas de alojamento estudantil, como a Uniplaces, facilitam a procura de quartos ou casas partilhadas em várias cidades universitárias, permitindo que os estudantes dividam os custos de habitação.
Tradicionalmente, as repúblicas são espaços partilhados por estudantes em que todos contribuem para as despesas.
Outra possibilidade é arrendar um quarto a um proprietário que mantenha a sua residência na habitação.
O contacto entre conhecidos e amigos de amigos é sempre uma boa fonte de informação e as próprias universidades costumam ter placards para a partilha de anúncios deste tipo.
Dicas “pro” para encontrar alojamento:
- Procure as melhores ofertas de casas para arrendar no CasaYes.pt e guarde as pesquisas para receber as melhores ofertas. Não se esqueças de que milhares de imóveis são disponibilizados primeiro aqui e como a procura é muita não chegam sequer a ser anunciados noutros portais.
- Comece a pesquisar com antecedência: como a procura é muita e a oferta escassa, dê início à busca o mais cedo possível.
- Nos sites das Universidades há por norma uma página com informação de apoio aos novos alunos com preciosas dicas sobre o alojamento e muitas outras informações úteis.
- Recolha informação juntos dos serviços de ação social das universidades e politécnicos.
- Procure grupos nas redes sociais dos bairros próximos do estabelecimento de ensino para onde pretendes ir ou onde estás colocado. Muitos anúncios de quartos para arrendar não chegam a outros circuitos.
- Opte por quartos ou apartamentos mobilados para poupar o investimento em móveis.
- Encontrar casa perto dos principais polos universitários
Portugal possui uma rede de polos universitários espalhados por diferentes regiões. Saiba quais os valores médios dos quartos perto de algumas das principais universidades públicas do país, segundo os dados do relatório do Observatório do Alojamento Estudantil, e descubra imóveis para arrendar nessas regiões.
Bragança
Embora Bragança seja uma das cidades mais baratas para arrendamento de quartos, com uma média de 180 euros, os preços subiram significativamente (32,5%) no último ano.
A cidade oferece uma alternativa económica, mas com uma oferta de alojamento também limitada. O Instituto Politécnico de Bragança é constituído por cinco escolas, quatro delas em Bragança e uma em Mirandela.
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Vila Real
Vila Real é a sede da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). A cidade é conhecida pelo seu ambiente tranquilo e pela proximidade à natureza, tornando-a uma escolha atrativa para estudantes que valorizam uma vida académica calma e focada. Em termos de alojamento, Vila Real oferece opções mais acessíveis em comparação com as grandes cidades, com um preço médio de 224 euros por quarto, embora a oferta possa ser limitada.
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Braga
Braga é uma das cidades mais antigas de Portugal e é também um importante centro académico, sendo sede da Universidade do Minho. A cidade tem uma oferta de alojamento relativamente equilibrada, mas, como outras cidades universitárias, está a ter um aumento na procura, o que pressiona os preços. Braga é, no entanto, uma opção popular para estudantes que procuram um ambiente académico de qualidade com custos de vida mais controlados.
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Porto
O Porto, com 734 quartos disponíveis, oferece um ambiente académico dinâmico. Apesar de ser a segunda maior cidade universitária do país, os preços registaram uma diminuição de 14,2%, face ao ano passado, com uma média de 387 euros por quarto. Esta redução torna o Porto uma alternativa mais atrativa para estudantes que procuram um bom equilíbrio entre qualidade de ensino e custo de vida.
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Guarda
O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) é uma instituição que se destaca pelo seu foco no desenvolvimento do interior de Portugal. A cidade da Guarda, conhecida por ser a mais alta do país, oferece um ambiente tranquilo e um custo de vida acessível, tornando-se uma escolha viável para estudantes que procuram qualidade de ensino e uma experiência académica mais económica. O valor médio dos quartos na Guarda é o mais baixo do país: 160 euros.
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Covilhã
A Universidade da Beira Interior (UBI), localizada na Covilhã, é uma das principais universidades do interior de Portugal. Com mais de 6.000 alunos distribuídos por várias faculdades, a UBI tem uma presença marcante na cidade. A oferta de alojamento na Covilhã é geralmente mais acessível do que nas grandes cidades, mas a procura elevada pressiona os preços, especialmente no início do ano letivo.
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Aveiro
Aveiro, conhecida como a “Veneza de Portugal”, abriga a Universidade de Aveiro, uma das mais inovadoras do país. A cidade oferece uma qualidade de vida elevada, com um ambiente tranquilo e acolhedor para os estudantes. Em termos de alojamento, Aveiro está a atrair cada vez mais estudantes, o que tem levado a um aumento na procura de quartos e, consequentemente, a uma subida gradual dos preços. O valor médio dos quartos em Aveiro é de 330 euros.
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Coimbra
Conhecida pela sua tradição académica, Coimbra tem atualmente 466 quartos disponíveis para estudantes. A Universidade de Coimbra é a mais antiga do país e uma das mais antigas do mundo. Embora a cidade ofereça uma rica vida cultural e um ambiente estudantil vibrante, a oferta de alojamento é limitada face ao número de estudantes que acolhe e os preços têm vindo a subir. Em média, um quarto na cidade dos estudantes custa 270 euros.
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Leiria
O Instituto Politécnico de Leiria é uma instituição de ensino superior que tem vindo a crescer significativamente na região, com cinco escolas superiores espalhadas por Leiria e Peniche. A procura por alojamento estudantil tem aumentado, tendo ainda uma oferta variada, mas com os preços a subir devido à crescente popularidade da região. A média de valores por quarto, em Leiria, é de 250 euros.
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Castelo Branco
O Instituto Politécnico de Castelo Branco oferece uma vasta gama de 70 cursos em seis escolas superiores. A cidade de Castelo Branco tem um custo de vida relativamente baixo, o que a torna atrativa para estudantes. O valor médio dos quartos para estudantes é de 200 euros. A oferta de alojamento é moderada, mas em crescimento, à medida que mais estudantes optam por esta cidade como destino académico.
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Portalegre
O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) está inserido numa região com forte ligação ao desenvolvimento regional. A cidade de Portalegre é pequena, mas oferece uma qualidade de vida elevada e um custo de vida acessível. O alojamento para estudantes é moderado, com preços relativamente baixos em comparação com as grandes cidades. O valor médio por quarto é de 220 euros, mas a oferta disponível é apenas de 36 unidades,
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Santarém
O Instituto Politécnico de Santarém é um importante polo de desenvolvimento regional. Com cinco escolas e uma alta taxa de empregabilidade, fica no centro de Portugal e funciona em duas cidades: Santarém e Rio Maior. A oferta de alojamento na cidade é crescente, mas ainda moderada, sendo uma opção interessante para quem procura um ambiente mais calmo e menos competitivo. O preço médio de um quarto para arrendar é de 280 euros.
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Lisboa
Lisboa é a cidade com maior oferta de alojamento estudantil, mas também com os preços mais elevados, onde um quarto pode custar até 700 euros. A cidade atrai muitos estudantes devido à sua diversidade de universidades, entre as quais a Universidade Nova e a Universidade de Lisboa. A procura é intensa e os estudantes devem estar preparados para enfrentar valores elevados e uma oferta competitiva.
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Évora
A Universidade de Évora, situada numa cidade histórica, continua a ser uma opção popular para estudantes que procuram uma experiência académica animada, mas mais tranquila do que nas grandes cidades. A oferta de alojamento é limitada, pelo que o valores médios por quarto são de 300 euros, mas a cidade oferece uma qualidade de vida elevada e um ambiente acolhedor.
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Faro
Faro, a capital do Algarve, é sede da Universidade do Algarve. O clima agradável e as belas paisagens costeiras tornam-na muito atrativa para estudantes, especialmente internacionais. No entanto, a oferta de alojamento para estudantes pode ser limitada, especialmente durante a época alta do turismo, o que influencia os preços. Faro oferece uma experiência académica distinta, com um ambiente multicultural e proximidade à natureza.
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Funchal
A Universidade da Madeira, no Funchal, é um dos locais com menos opções de alojamento do país, com apenas oito quartos disponíveis. Com o aumento de 48,3% nos preços e uma média de 400 euros por quarto, a oferta limitada torna esta cidade um desafio para os estudantes que aí procuram estudar.
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