Habitação
Governo vai aumentar subsídio de alojamento a universitários
Agosto 29, 2023 · 4:13 pm
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
O Governo vai aumentar os subsídios de alojamento a alunos bolseiros do Ensino Superior e os o reforço pode chegar aos 10%. O anúncio foi feito pela Ministra do Ensino Superior, Elvira Fortunato, em entrevista à RTP.
As metas estabelecidas pelo Governo preveem a duplicação, nos próximos três anos, das 15 mil camas existentes. Contudo, afirmou a Ministra, “como não conseguimos ter as residências exatamente ao ritmo que pretendíamos, estamos a apostar na ação social.” As bolsas são garantidas até ao terceiro escalão de ação social e o complemento para alojamento vai ser reforçado. “Estamos neste momento a equacionar a percentagem do aumento relativamente a este valor”, declarou Elvira Fortunato
No último ano, segundo o Observatório do Alojamento Estudantil, o preço médio dos quartos para os estudantes deslocados subiu mais de 10%. Nesse sentido, o Governo admite chegar a essa percentagem.
Quartos ultrapassam 400 euros em Lisboa e Porto
De acordo com os dados do Observatório, o preço médio de um quarto para estudantes ultrapassa os 400 euros em Lisboa e Porto e a oferta privada disponível chega para menos de 10% dos jovens agora colocados nas universidades e politécnicos daquelas cidades.
No dia em que arranca o período de matrículas para os quase 50 mil alunos colocados na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, a plataforma identificava apenas 1.409 quartos disponíveis para estudantes em Lisboa e no Porto.
Lisboa, que recebe o maior número de novos alunos anualmente, tem o valor das rendas mais alto. De acordo com os dados do Observatório, pagar um quarto em Lisboa pode custar entre 190 e 620 euros, sendo que o preço médio se situa nos 450 euros.
O valor sobe também se as famílias procurarem opções de quartos mobilados (mais 32 euros), com cozinhas equipadas (mais 29 euros) ou em que o valor da renda já inclui despesas (mais 30 euros).
Com apenas 763 quartos identificados na plataforma, a oferta privada para estudantes em Lisboa encontra-se significativamente abaixo da procura, podendo servir apenas 5% dos quase 14 mil alunos colocados nas universidades e politécnicos da cidade.
Quartos mobilados e com despesas mais caros
O cenário é semelhante no Porto, onde os 656 quartos disponíveis permitem alojar cerca de 7% dos 8.489 novos estudantes e as rendas variam entre 200 e 672 euros.
À data em que os jovens souberam onde tinham sido colocados, o preço médio de um quarto na “Invicta” situava-se nos 430 euros, sendo igualmente mais caro se preferirem quartos mobilados, cozinhas equipadas e/ou despesas incluídas. Nesse caso, o preço pode aumentar em até 80 euros.
Há cidades onde estudar no ensino superior fica mais em conta para os alunos deslocados, como Coimbra. Na “cidade dos estudantes”, que este ano recebe 5.500 caloiros, o preço médio de um quarto ronda os 240 euros, mas a oferta também não chega para todos e, de acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, há nesta altura apenas 465 quartos livres.
Mais de mil camas disponíveis no próximo ano
Além da oferta privada, os estudantes dispõem ainda de residências públicas, oferta que será alargada em breve no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior através da requalificação e construção de novas residências.
Em julho, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior fez um balanço do plano, referindo que dos 17 projetos na altura em curso, nove deverão ficar concluídos nos primeiros meses do ano letivo, totalizando 1.025 camas, a maioria das quais (mais de 600) em Lisboa.
Até ao final do próximo ano, deverão ficar concluídas outras oito residências universitárias, que representam um acréscimo de 1.142 camas.
Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram divulgados no domingo e, no total, ficaram colocados quase 50 mil alunos, tendo ficado 16% dos candidatos de fora, que agora poderão concorrer na segunda fase, com cerca de cinco mil vagas.
Fonte: Redação/ Lusa