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Tantas vezes esquecida, a iluminação é um elemento essencial na decoração de qualquer espaço. A revolução de um ambiente faz-se entre luz e sombra, sobretudo se escolher peças com a beleza e a intenção de uma obra de arte. Descubra as propostas de quatro marcas portuguesas de design capazes de iluminar qualquer casa.
Mokki é um estúdio de design de iluminação em que as peças têm o cunho vincado da sua criadora, a artista e designer Mónica Pinto. Nascida numa família multicultural, Mónica faz da herança portuguesa e espanhola uma fonte de inspiração e, em cada nova obra, evidencia que, no seu imaginário, a arte não se encerra numa só expressão, estando antes em diálogo nas suas diferentes manifestações.
Cada coleção da Mokki é fabricada em Portugal de forma sustentável logo desde a criação. As peças são pensadas e estudadas para resistirem ao tempo, para acompanharem a vida: há cuidado na escolha dos materiais e nas suas origens. Nas palavras da designer: «cada linha é o início de uma história».
A luminária de teto Lorca, da Mokki, é uma fina linha vertical feita inteiramente em ferro que mostra um verso do poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca: “No quise decirte nada/Vi en tus ojos [dos arbolitos locos]” (Não quis dizer-te nada/ Vi nos teus olhos duas pequenas árvores loucas). Se na poesia importa tanto a palavra como o silêncio, em Lorca é entre o que se ilumina e o que fica na penumbra que nasce esta peça, já duplamente premiada.
A inspiração é japonesa, no entanto a Orikomi nasceu primeiro da vontade das suas fundadoras de apoiar mulheres mexicanas a construírem as próprias casas. Ana Morgado e Carmo Caldeira fizeram do sucesso dessa loja pop-up, uma marca consolidada, amiga do ambiente e de olhos postos no mundo. A iluminação proposta pela Orikomi mantém essa preocupação com o planeta em toda a linha, da embalagem ao envio, requer baixo consumo energético e, no seu fim de vida, as peças são totalmente recicláveis.
Os candeeiros são feitos à mão, com a delicadeza e minúcia da técnica de Origami, em papel de alta qualidade. A paleta de cores é tão bonita e variada que podemos brincar com os tons como se de aguarelas se tratassem, optando pelos abat-jours lisos ou com diferentes combinações. Nas dobras do papel, é impossível não viajar até ao nosso imaginário infantil, quando todos os sonhos cabiam dentro de uma folha.
Depois alguns anos a viver no Brasil, Margarida Lobo Monteiro e Rui Ribeiro regressam a Portugal em 2016 e criam a MUSGO. No seu estúdio, instalado numa antiga vacaria restaurada, a dupla faz nascer várias peças de mobiliário, ganhando os candeeiros o maior enfoque.
Os objetos merecem ter muitas vidas e na MUSGO as novas peças são também velhas. Velhas portas, velhas janelas, velhas mobílias. Reutilizam-se materiais antigos numa espécie de ressurreição pelo design.
A criatividade da marca assenta na simplicidade das linhas e na preocupação com a sustentabilidade. Em parceria com a Universidade de Aveiro utilizam, pela primeira vez, o eco-cimento como material pioneiro e inovador no design. Importa não esquecer que existem fendas, manchas e, por vezes, até alguns pregos, porque estas peças já tiveram outra vida. Assumem-se as imperfeições que são o que faz de cada objeto (de cada indivíduo, também) único.
André Teoman e Ana Rita Pires conheceram-se enquanto estudantes na sua cidade-natal, Viana do Castelo. Hoje, estão juntos no André Teoman Studio, um projeto envolvido com as suas raízes, com os lugares e as pessoas. Criam sinergias com artesãos locais, resgatam do esquecimento técnicas ancestrais e cada nova peça carrega essa conversa fluida entre tempos diferentes. Na originalidade das criações, intui-se que o mundo é um caleidoscópio de inspirações, muitas vezes com um toque de humor.
O candeeiro de suspensão Podence é inspirado nos “Caretos de Podence”, marca da cultura do interior norte português e Património Cultural Imaterial da Humanidade consagrado pela UNESCO. Este lustre de suspensão escultural evidencia outra das características da identidade do André Teoman Studio que se faz neste diálogo entre diferentes artes. Neste caso, são os caretos de madeira esculpida que, no jogo de claro e escuro, de ligado e desligado, parecem também ser teatro de sombras.
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