Decoração
Estilos de decoração: qual é o seu?
Abril 2, 2024 · 2:07 pm
Falar sobre estilos de decoração é como mergulhar num mundo de inspiração, influenciado por movimentos artísticos, sociais e tecnológicos ao longo da história. Cada estilo reflete uma época e uma mentalidade distintas, influenciando não apenas a estética, mas também a funcionalidade e o conforto dos espaços assim como a promoção de estados de ânimo positivos ou a produtividade.
Do luxuoso clássico até ao minimalismo despojado, cada estilo reflete uma personalidade única e molda os espaços de forma singular. Vamos explorar alguns estilos e perceber como surgiram.
1. Clássico: Elegância Intemporal
Inspirado na arquitetura greco-romana e influenciado pelos períodos renascentista, barroco e rococó, é reconhecido pelas suas linhas elegantes, ornamentos requintados e simetria harmoniosa. As cores sóbrias, como o bege, o rosa ou o azul, combinadas com detalhes dourados e prateados, criam uma atmosfera de luxo e sofisticação.
Com móveis de madeira nobre e mármore branco, os ambientes clássicos são verdadeiras obras de arte, onde cada elemento é meticulosamente escolhido para evocar uma sensação de grandiosidade e tradição.

2. Art Déco: Glamour e Modernidade
Nascido no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, o estilo Art Déco é uma celebração dos ideais de modernidade, progresso e otimismo. Caracteriza-se por uma abordagem geométrica e angular frequentemente combinada com formas aerodinâmicas e elementos ornamentais exuberantes.
O uso de materiais luxuosos como mármore, ébano, vidro colorido e metais preciosos combinados com motivos exóticos evoca uma sensação de opulência e sofisticação. Motivos geométricos, como ziguezagues, chevrons e formas estilizadas de plantas e animais combinadas com espelhos e iluminação dramática criam ambientes ao mesmo tempo extravagantes e refinados.

3. Bauhaus: Funcionalismo e Simplicidade
A Escola Bauhaus, fundada na Alemanha em 1919, foi uma das influências mais importantes no design de interiores do século XX. Com uma abordagem funcionalista e ênfase na simplicidade procura integrar arte, artesanato e tecnologia.
Nos interiores, o estilo Bauhaus manifesta-se através de espaços abertos, mobiliário modular e materiais industriais, como aço, vidro e cimento. A forma segue a função e os espaços são projetados para serem eficientes e práticos, sem abrir mão do estilo e da elegância.

4. Minimalismo: Menos é Mais
O minimalismo ganhou popularidade a partir da década de 1960 e surgiu como reação ao consumismo excessivo e à ostentação dos anos anteriores. Este movimento a simplicidade, eliminando o excesso e focando no essencial. Nos interiores, o minimalismo manifesta-se através de espaços limpos e desafogados, cores neutras e mobiliário simples e funcional.
A ênfase está na qualidade em vez da quantidade, na calma face ao caos e na valorização de ambientes que são ao mesmo tempo serenos e inspiradores. O objetivo é deixar que o mobiliário e as peças decorativas respirem e vivam individualmente como se estivessem expostas numa galeria de arte.

5. Pós-Modernismo: O Retorno da Diversidade
O pós-modernismo é um movimento cultural e intelectual que emergiu principalmente nas décadas de 1960 e 1970 como uma reação ao modernismo. Enquanto o modernismo enfatizava uma estética limpa e funcional, o pós-modernismo celebrava a diversidade, a complexidade e a subjetividade.
No contexto do design de interiores, o pós-modernismo manifesta-se através de uma mistura eclética de estilos, referências históricas e influências culturais. Os espaços pós-modernos frequentemente combinam elementos históricos e contemporâneos, cores vibrantes e padrões exuberantes, criando ambientes ecléticos e provocativos que desafiam as convenções e estimulam a imaginação.

6. Escandinavo: Simplicidade e Aconchego
Surgido durante os anos 20 nos países nórdicos, o estilo escandinavo dá prioridade à funcionalidade e natureza. Em 1943, o designer Ingvar Kamprad funda a empresa IKEA na Suécia e desenvolve o conceito FFF: Funcionalidade, Forma, Facilidade. Este estilo é inspirado no conceito dinamarquês “Hygge”, centrado no conforto, bem-estar e aconchego. Um conceito que traduz uma sensação de contentamento e convívio associada a momentos simples e prazerosos da vida.
Caracteriza-se por ambientes acolhedores que promovem a tranquilidade e com foco em elementos naturais, texturas suaves, iluminação suave e uma atmosfera relaxante.

7. Japandi: Harmonia entre o Oriente e o Ocidente
O Japandi é uma fusão entre o minimalismo japonês e a elegância escandinava, dando origem a ambientes simples, acolhedores e equilibrados. Com linhas limpas, materiais naturais e uma paleta de cores suaves, esse estilo promove uma sensação de serenidade e harmonia, combinando o melhor de ambas as culturas.

8. Rústico: Beleza da Simplicidade
O estilo rústico está associado à vida no campo e à simplicidade e destaca-se pela sua conexão com a natureza e valorização de materiais naturais e desgastados, como madeira, pedra e o couro.
Esta estética enfatiza a beleza robusta e simples e dá origem a ambientes aconchegantes e acolhedores onde as imperfeições são vistas como parte da história. Com uma paleta de cores quentes, neutras e terrosas, e a madeira como protagonista, o estilo rústico promove uma impressão sensorial agradável.

9. Shabby Chic: Charme Vintage
O estilo Shabby Chic, surgido no final da década de 70 e popularizado nos anos 90, combina elementos vintage com uma estética levemente desgastada em tons suaves e pastéis. É um estilo que permite utilizar parte do que já se tem, peças de família e ou compradas em segunda mão, criando ambientes acolhedores e baseados na história e com uma aparência vivida.
É uma abordagem económica, em linha com os tempos atuais, já que valoriza a reutilização de peças antigas e cria ambientes acolhedores e cheios de história. Além de proporcionar uma estética agradável, o Shabby Chic é uma opção sustentável, que evita o desperdício ao reutilizar objetos preciosos. Simultaneamente, transmite uma sensação instantânea de conforto, já que promove uma ligação emocional com o passado.

Resumindo, o design de interiores reflete uma história rica de movimentos e correntes que moldaram os nossos espaços ao longo do tempo. Estas influências deixaram um legado rico e duradouro que continuam a influenciar as tendências atuais.
No entanto, mais que reproduzir determinada corrente, é importante adequar os estilos aos espaços e à sua função; honrar e valorizar o legado existente e expressar a nossa individualidade e criatividade em cada projeto.
O mais importante é criar ambientes acolhedores, funcionais e que se alinhem com cada objetivo, personalidade e estilo de vida.
Autoria: Catarina Diniz – Head of Business & Strategy da Staging Factory