Turismo

Dependência de turistas não residentes atinge máximo desde 2018

Fevereiro 14, 2025 · 1:48 pm
Imagem de Martine Auvray from Pixabay

A dependência do setor do alojamento turístico face aos mercados externos atingiu em 2024 o peso mais elevado desde 2018, representando as dormidas de não residentes 70,3%, contra 70,4% seis anos antes, divulgou hoje o INE.

Segundo os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2024 os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 31,6 milhões de hóspedes e 80,3 milhões de dormidas, refletindo aumentos anuais de 5,2% e 4,0%, respetivamente.

As dormidas de não residentes predominaram (70,3% do total) e atingiram 56,4 milhões, enquanto dos residentes (29,7% do total) totalizaram 23,9 milhões, a que correspondem aumentos de 4,8% e 2,4%, respetivamente.

“Face a 2023, acentuou-se ligeiramente a dependência dos mercados externos (69,8% em 2023), atingindo-se o peso mais elevado desde 2018 (70,4%)”, nota o INE.

Do acréscimo de 3,1 milhões de dormidas registado em 2024 face a 2023, os não residentes foram responsáveis por 82,1% (+2,6 milhões de dormidas), enquanto os residentes contribuíram com 557,7 mil dormidas adicionais.

O setor do alojamento turístico registou 31,6 milhões de hóspedes e 80,3 milhões de dormidas em 2024, mais 5,2% e 4,0% face a 2023, aumentando os proveitos totais em 10,9% para 6.700 milhões de euros de proveitos totais (resultantes de toda a atividade do estabelecimento hoteleiro) e 5.100 milhões de euros de proveitos de aposento (apenas relativos às dormidas), um aumento de 10,9% face a 2023 em ambos.

Residentes predominam no Alentejo e Centro

De acordo com o instituto estatístico, no ano passado, as dormidas de residentes foram dominantes apenas em duas regiões: Centro e Alentejo, onde representaram 67,1% e 66,5%, respetivamente.

Já as regiões onde a dependência dos mercados externos foi mais expressiva no último ano foram a Madeira e a Grande Lisboa (85,3% e 82,0% do total de dormidas em 2024, pela mesma ordem).

Os dados do INE apontam ainda que os mercados estrangeiros “predominaram em todos os meses de 2024, com maior preponderância nos meses de outubro e de maio”, em que representaram 75,5% e 75,3% do total das dormidas apuradas em cada mês, respetivamente.

Pelo contrário, nos meses de dezembro e agosto registaram-se as menores dependências dos mercados externos, tendo as dormidas de residentes representado 37,9% e 34,6% do total de cada mês, respetivamente.

Mercado britânico lidera

Em 2024, o mercado britânico manteve-se como o principal (18,1% do total de dormidas de não residentes) e cresceu 2,7%. Seguiram-se os mercados alemão (11,3% do total), espanhol (9,7% do total), norte-americano (9,2% do total) e francês (+8,0% do total).

O trimestre de verão (julho a setembro) foi aquele em que as dormidas de residentes apresentaram maior quota (31,1% em 2024, após 31,7% em 2023), enquanto no segundo trimestre foi quando se registou uma maior dependência dos mercados externos (73,2%, 72,2% em 2023).

Em termos trimestrais, o mercado britânico foi sempre o principal mercado nos últimos dois anos, embora com ligeiras perdas nas quotas de mercado dos últimos três trimestres (face aos mesmos trimestres em 2023). No quarto trimestre de 2024, representou 17,0% das dormidas de não residentes (-0,5 pontos percentuais face ao quarto trimestre de 2023).

Já o mercado alemão representou 12,3% do total das dormidas de não residentes (+0,1 pontos percentuais face a 2023), seguido do mercado norte-americano, com uma quota de 9,8% do total (+0,4 pontos percentuais).

Lisboa tem menor dependência do mercado externo

Da análise do INE resulta ainda que, em 2024, a Grande Lisboa foi a região NUTS II onde se registou uma menor dependência, quer do principal mercado externo (16,1% do total das dormidas de não residentes) quer do conjunto dos três principais mercados externos (32,8%).

Seguiram-se os Açores (17,4%), o Alentejo (17,7%) e o Norte (17,9%) como regiões de menor dependência do principal mercado externo. Por sua vez, a Península de Setúbal foi a segunda região com menor dependência do conjunto dos três principais mercados externos (37,7%).

Em sentido contrário, o Algarve foi a região mais dependente do principal mercado externo, que representou 36,6% das dormidas de não residentes registadas na região. Seguiram-se o Centro (25,3%), a Madeira (24,2%) e o Oeste e Vale do Tejo (24,1%).

Já o Algarve e a Madeira foram as regiões mais dependentes do conjunto dos três principais mercados externos (58,8% do total das dormidas de não residentes).

Espanha foi o principal mercado externo em cinco regiões – Centro (25,3% das dormidas de não residentes), Oeste e Vale do Tejo (24,1%), Península de Setúbal (18,2%), Norte (17,9%) e Alentejo (17,7%) -, enquanto os Estados Unidos se destacaram nos Açores (17,4%) e na Grande Lisboa (16,1%).

Por sua vez, a Alemanha foi o maior mercado externo na Madeira (24,2%) e o Reino Unido foi o principal no Algarve (36,6%).

Fonte: Lusa / Redação

Turismo

Dependência de turistas não residentes atinge máximo desde 2018

Os alojamentos turísticos registaram 31,6 milhões de hóspedes e 80,3 milhões de dormidas em 2024.

Turismo

Portugal tem 4.600 imóveis de património classificado

Apenas cinco concelhos do país não têm imóveis culturais classificados.

Turismo

Descubra os 15 monumentos mais visitados do país

Quais foram os palácios, museus e monumentos preferidos em 2023?

Leia mais

Habitação

Bruxelas ouve setor para habitação acessível na UE e quer rever ajudas estatais

O comissário europeu da Habitação anunciou o início do diálogo na União Europeia para habitação a preços acessíveis.

Profissionais

Prémio Nacional do Imobiliário 2025: a final dos “Óscares” está a chegar

Conheça os nomeados!

Habitação

Será que mora numa das cidades mais felizes do mundo?

A lista das cidades mais felizes em 2025 já é conhecida e inclui uma cidade portuguesa!

Dinheiro

Comprar casa ficou ainda mais caro em 2024: conheça os números

O retrato do imobiliário em 2024.