Créditos

Créditos com Euribor a 3 e 6 meses apenas vão atingir máximos no verão

Abril 5, 2023 · 10:24 am
Imagem de Freepik

Fonte: Lusa

A maioria dos créditos indexados à Euribor a três e seis meses ainda estão com indexante inferior ao que tinham quando foram contratados, disse hoje Mário Centeno, sublinhando, contudo, que estes apenas atingirão o máximo no verão.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, esteve ontem a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças sobre a atuação da banca na comercialização ou pedidos de renegociação de crédito à habitação e desajustamento dos juros nos depósitos a prazo em face das condições de mercado, na sequência de um requerimento do PSD.

Euribor a 3 e 6 meses

Considerando que a situação atual é “desafiante”, devido à forma rápida como a subida das taxas de juro se tem transposto para os indexantes da generalidade dos créditos à habitação, Mário Centeno referiu que 75% dos contratos indexados à Euribor a três meses e 69% dos indexados a seis meses “têm um indexante inferior ao indexante utilizado no contrato inicial”.

Euribor a 12 meses

Já no caso dos indexados à Euribor a 12 meses esta situação contempla 34% dos contratos. Porém, adiantou, enquanto no caso da Euribor a 12 meses, o valor máximo do indexante já terá atingido o ‘pico’ em fevereiro, já os contratos indexados a três e seis meses “apenas atingirão os seus máximos durante os meses do verão deste ano”.

Em causa estão 70% dos contratos de crédito à habitação, tendo em conta que atualmente 40% dos contratos utiliza Euribor a seis meses, 30% a três meses e 30% a 12 meses.

Estes dados, referiu, indicam que “este processo [de impacto da subida dos juros na prestação do empréstimo da casa] ainda não atingiu o fim”, sendo por isso este um processo “em curso” que deve ser acompanhado com “cuidado”. Mário Centeno disse ainda que neste momento “todos os contratos a três e seis meses já sofreram alguma atualização”, enquanto a 12 meses foram cerca de metade.

Taxas de juro devem atingir máximo em agosto

“Estamos num processo que ainda vai decorrer em 2023”, referiu Mário Centeno, assinalando que no final de 2022 a Euribor a três meses estava em 2,13% sendo que a estimativa atual é que possa atingir um máximo de 3,22% em agosto, o que revela que o processo “ainda vai demorar alguns meses”.

Agosto é também o mês em que se antecipa que a Euribor a seis meses atinja o valor máximo, para começar a descer a partir daí, pelo que os contratos com este indexante que renovem até lá ainda registarão nova subida.

Questionado sobre a medida que integra o pacote Mais Habitação e que obriga os bancos a terem uma oferta de taxa fixa, o governador do BdP salientou ser importante que os consumidores tenham possibilidade de escolher.

Contudo, referiu que se a oferta surgir quando se espera que as taxas variáveis estejam próximo do seu valor máximo, a medida poderá ter pouca eficácia e poderá até fazer com que os consumidores fiquem ‘amarrados’ a uma taxa mais elevada – tendo em conta a evolução que o mercado agora permite antecipar em relação às Euribor.

Tendência de subida desde 2022

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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