Dicas

Cometa à vista e chuvas de estrelas iluminam o céu de outubro

Outubro 2, 2024 · 4:19 pm
Imagem de Standret no Freepik

Se anda com a cabeça na lua e ainda não aterrou de vez nas novas rotinas, saiba que o mês de outubro lhe reservou alguns dos mais espetaculares fenómenos astronómicos! Quem gosta de olhar para o céu noturno tem excelentes pretextos para preparar o cobertor e, caso tenha, o telescópio.

Recebemos o cometa do século, visitante longínquo da misteriosa Nuvem de Oort, que vem acompanhado de uma chuva de meteoros capaz de o deixar de queixo caído.

Cometa C/2023 A3: o viajante da Nuvem de Oort

O momento mais incrível do mês é, sem dúvida, a passagem do cometa C/2023 A-3 (Tsuchinshan-ATLAS), “o cometa do século” que, depois de ter atingido o seu periélio (o ponto da sua órbita mais perto do Sol) na última sexta-feira, 27 de setembro, é potencialmente visível a olho nu, sobretudo entre 12 e 14 de outubro, no hemisfério Norte.

Para o conseguir ver, é aconselhável observar as constelações de Sextante e Leão, pelas quais passará nos próximos dias. Enquanto se aproxima do seu ponto mais perto da Terra, o cometa será visto também a passar pela constelação de Virgem.

O C-2023 A-3 deverá atingir o seu pico de visibilidade a meio do mês e será mais facilmente observável se tiver uns binóculos ou um telescópio. Depois do pôr-do-sol, deve-se olhar para oeste, junto à linha do horizonte, mas a observação não é garantida. Diversas aplicações de telemóvel, como o StarWalk, Skyview e Skylight, podem ajudá-lo a encontrar e a identificar os astros com mais facilidade.

Se deixar passar esta oportunidade, só tem de aguardar cerca de 80 mil anos até à próxima visita deste cometa ao nosso planeta…

Este cometa não é apenas mais um ponto luminoso no céu. O C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) vem de uma das zonas mais enigmáticas do sistema solar: a Nuvem de Oort, uma região distante onde se acredita que muitos cometas “adormecem” até serem puxados para o interior do sistema solar.  Na sua passagem pelo sol, os cometas podem-se desintegrar-se ou fragmentar-se, serem “sugados” pela estrela e desaparecer.

Cometa C/2023 A3: Imagem NASA / @Matthew Dominick

O que são os cometas?

Os cometas são pequenos corpos celestes formados por gelo, rocha e poeiras que orbitam no sistema solar. São uma espécie de memória viva da criação do nosso sistema solar, há cerca de 4,6 mil milhões de anos, aquando da formação dos planetas.

O seu nome deriva do grego “kométés” que significa “estrelas com cabeleira”, porque na sua órbita, à medida que se aproximam do sol, o gelo do núcleo transforma-se em gás. Quando os componentes de um cometa se evaporam no espaço provocam um efeito de “cabeleira” que se projeta em duas caudas: uma azulada composta de gases e outra esbranquiçada formada pelas poeiras.

Os núcleos têm, em média, 10 km de diâmetro, mas podem chegar até aos 50 km, em alguns cometas. Já as exuberantes caudas podem atingir vários milhões de km, garantindo o espanto e deslumbramento de quem as vê.

Quanto às aparições, estes corpos celestes podem cumprir ciclos curtos, médios ou longos, e ter até órbitas de milhares de anos. O mais célebre dos cometas, o Halley, passa perto do nosso planeta a cada 76 anos e está prevista para 2061 a sua próxima aparição.

Chuva de meteoros: Dracónidas e Orionídeas

Se a passagem de um cometa não bastasse, outubro também traz duas das chuvas de meteoros mais fascinantes do ano: as Dracónidas e as Orionídeas. As Dracónidas ocorrem entre os dias 6 e 10 de outubro, com o pico esperado por volta do dia 8. Apesar de não serem a chuva mais intensa, têm a vantagem de serem visíveis logo ao anoitecer, o que significa que nem precisa de esperar até altas horas da noite para assistir ao espetáculo.

Já as Orionídeas, cujo ponto radiante está na constelação de Orion, são as mais velozes. Causada pelo gelo e poeiras do cometa Halley, a chuva de meteoros atinge o seu pico por volta de 21 de outubro e estes cruzam os céus a uns impressionantes 66 km por segundo, um autêntico “fogo de artifício” cósmico. A melhor parte? O fenómeno estará visível durante a madrugada, quando o céu estiver mais escuro e sem tanta interferência de luzes da cidade.

Além do cometa e das chuvas de meteoros, há sempre algo a observar no céu noturno. A 17 de outubro, a Lua Cheia, também conhecida como Lua do Caçador, será particularmente brilhante e parecerá maior, pela sua proximidade à Terra. Se é fã de planetas, Marte e Vénus também podem ser observados ao início da noite, em posições favoráveis.

E depois do adeus?

Se este mês parece incrível demais para ser real, não se preocupe! Os fenómenos imperdíveis regressam logo em novembro, com nova visita do cometa 333P/LINEAR, que como tem uma órbita de 8,7 anos se aproxima com relativa frequência. Será visível entre 29 de novembro e 9 de dezembro de 2024, em ambos os hemisférios.

Já a 13 de janeiro de 2025, o recém-descoberto cometa C/2024 G3 (ATLAS) vai estar no seu ponto mais próximo da Terra e antecipa-se que a intensidade do seu brilho permita ser visto até durante o dia.

Dicas práticas para observações astronómicas



  1. Escolha um local escuro: quanto menos luz artificial, melhor será a visibilidade. Afaste-se das luzes da cidade e procure lugares altos e abertos, de horizonte desimpedido, com boa amplitude e visibilidade.

  2. Confirme a meteorologia: a nebulosidade pode arruinar o espetáculo. Verifique a previsão do tempo antes de sair de casa.

  3. Equipamento básico: não necessita de materiais sofisticados, mas se tiver um telescópio ou uns binóculos pode melhorar a experiência. Prepare-se com uma cadeira confortável ou uma manta para se deitar no chão e observar os céus. Leve agasalhos para o frio.

  4. Adaptar a visão ao escuro: permita que os seus olhos se ajustem à escuridão pelo menos durante 20 minutos. Evite olhar para fontes de luz brilhantes.

  5. Aplicações úteis: use aplicações para o ajudar a encontrar as estrelas, planetas e constelações e a ser um super-astrónomo amador.


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