Dinheiro

BCE desce taxas de juros: o que esperar para o seu crédito e poupanças

Janeiro 30, 2025 · 4:07 pm
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O Banco Central Europeu (BCE) cortou hoje os juros em 25 pontos base, na primeira reunião do ano, continuando o ciclo de redução de taxas iniciado no ano passado.

Esta decisão “baseia‑se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, explica o banco central, em comunicado.

Na reunião mensal do conselho do BCE, realizada nesta quinta-feira em Frankfurt, o órgão que define a política monetária do euro considera que o “processo desinflacionista está bem encaminhado”, mostrando-se confiante de que a inflação deverá regressar ao objetivo de médio prazo de 2% no decurso deste ano.

“A inflação interna permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar‑se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação”, assume o BCE, ainda que o crescimento dos salários apresente “uma moderação e os lucros estejam a amortecer, em parte, o impacto na inflação”.

Economia enfrenta “fatores adversos”

Quanto à evolução da economia, esta “continua a enfrentar fatores adversos, mas o aumento dos rendimentos reais e o desvanecimento gradual dos efeitos da política monetária restritiva deverão apoiar uma subida da procura com o tempo”, salienta o banco central.

As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão agora reduzidas para, respetivamente, 2,75%, 2,90% e 3,15%.

Esta é a quinta vez que o BCE corta os juros desde que iniciou este ciclo de redução das taxas, em junho de 2024. O BCE não se compromete em relação ao futuro e decidirá o que fazer “reunião a reunião”, em função dos dados económicos de cada momento.

O que são as taxas de juro diretoras?

O BCE é responsável por fixar três taxas de juro essenciais para a economia da zona euro. Estas taxas são instrumentos que o BCE usa para influenciar o custo do dinheiro, controlar a inflação e estabilizar a economia.



  • Taxa de juro da facilidade permanente de depósito (ou taxa de facilidade de depósito):


O que é: É a taxa que o BCE paga aos bancos quando estes depositam o seu dinheiro no BCE. Como corresponde à taxa a que os bancos podem constituir depósitos junto do banco central, serve de referência para determinar os custos dos empréstimos pedidos pelos bancos junto do Eurosistema.

Por que é importante: Esta taxa influencia a quantidade de dinheiro que os bancos estão dispostos a emprestar. Quando é muito baixa ou negativa, os bancos têm menos incentivo para manter o dinheiro parado, preferindo emprestá-lo, o que ajuda a estimular a economia. É a taxa que tem mais impacto na variação das taxas Euribor, que, por sua vez, determinam os custos suportados pelos clientes bancários nas prestações da habitação.



  • Taxa de juro das operações principais de refinanciamento (ou taxa de refinanciamento):


O que é: É a taxa de juro que os bancos comerciais pagam quando pedem empréstimos ao BCE por períodos curtos, normalmente uma semana. Tem um diferencial (inferior) de 15 pontos base em relação à anterior taxa.

Por que é importante: Quando o BCE aumenta esta taxa, os empréstimos ficam mais caros para os bancos, que por sua vez também aumentam os juros para os seus clientes (empresas e pessoas). Isto pode ajudar a controlar a inflação. Quando a taxa é baixa, é mais barato pedir dinheiro emprestado, o que incentiva o consumo e o investimento.



  • Taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez (ou taxa de facilidade de cedência):


O que é: Esta taxa define o custo que os bancos pagam quando querem pedir dinheiro ao BCE para obterem liquidez.

Por que é importante: Esta taxa serve como uma espécie de “teto máximo” para as taxas de juro no mercado, pois os bancos sabem que podem recorrer ao BCE se precisarem de liquidez urgente.

A taxa de juro da facilidade permanente de depósito, a mais relevante para determinar os custos de financiamento, passa dos atuais 3% para 2,75%.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência marginal de liquidez fixam-se em 2.90% e 3.15%, respetivamente. As novas taxas entrarão em vigor a 5 de fevereiro.

O impacto na sua carteira

A descida de 25 pontos base na taxa da facilidade permanente de depósito terá influência nas taxas Euribor, permitindo um alívio das prestações dos créditos à habitação, uma vez que, em Portugal, a larga maioria dos créditos é contratada com taxas variáveis (Euribor a 12, a seis e a três meses).

Contudo, as variações nas taxas de juro, não afetam apenas os créditos, também têm impacto nas poupanças das famílias. Por isso, se no caso dos empréstimos, a descida dos juros implica uma diminuição dos encargos com o crédito, o mesmo não acontece com as poupanças. Com as taxas de juro a baixar, os depósitos perdem atratividade.

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