Dinheiro
BCE corta taxas de juro pela sexta vez
Março 6, 2025 · 2:43 pm
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O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje baixar as taxas de juro em 25 pontos base, a sexta redução desde que iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024, considerando que o “processo desinflacionista está bem encaminhado”.
“A inflação continuou a evoluir globalmente em consonância com as expectativas dos nossos especialistas e as projeções mais recentes estão em estreito alinhamento com as anteriores perspetivas de inflação”, indica o BCE, em comunicado, acrescentando que as perspetivas são agora de que a inflação global se situe em 2,3% em 2025, 1,9% em 2026 e 2% em 2027.
A taxa de inflação para 2025 foi revista em alta devido a “uma dinâmica mais forte dos preços dos produtos energéticos”, explica o banco central.
As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez vão ser reduzidas para, respetivamente, em 2,50%, 2,65% e 2,90%, com efeitos a partir de 12 de março de 2025.
Esta redução já era antecipada pelos analistas consultados pela Lusa, que indicam ainda assim incerteza quanto a futuros cortes.
O que são as taxas de juro diretoras?
O BCE é responsável por fixar três taxas de juro essenciais para a economia da zona euro. Estas taxas são instrumentos que o BCE usa para influenciar o custo do dinheiro, controlar a inflação e estabilizar a economia.
- Taxa de juro da facilidade permanente de depósito (ou taxa de facilidade de depósito):
O que é: É a taxa que o BCE paga aos bancos quando estes depositam o seu dinheiro no BCE. Como corresponde à taxa a que os bancos podem constituir depósitos junto do banco central, serve de referência para determinar os custos dos empréstimos pedidos pelos bancos junto do Eurosistema.
Por que é importante: Esta taxa influencia a quantidade de dinheiro que os bancos estão dispostos a emprestar. Quando é muito baixa ou negativa, os bancos têm menos incentivo para manter o dinheiro parado, preferindo emprestá-lo, o que ajuda a estimular a economia. É a taxa que tem mais impacto na variação das taxas Euribor, que, por sua vez, determinam os custos suportados pelos clientes bancários nas prestações da habitação.
- Taxa de juro das operações principais de refinanciamento (ou taxa de refinanciamento):
O que é: É a taxa de juro que os bancos comerciais pagam quando pedem empréstimos ao BCE por períodos curtos, normalmente uma semana. Tem um diferencial (inferior) de 15 pontos base em relação à anterior taxa.
Por que é importante: Quando o BCE aumenta esta taxa, os empréstimos ficam mais caros para os bancos, que por sua vez também aumentam os juros para os seus clientes (empresas e pessoas). Isto pode ajudar a controlar a inflação. Quando a taxa é baixa, é mais barato pedir dinheiro emprestado, o que incentiva o consumo e o investimento.
- Taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez (ou taxa de facilidade de cedência):
O que é: Esta taxa define o custo que os bancos pagam quando querem pedir dinheiro ao BCE para obterem liquidez.
Por que é importante: Esta taxa serve como uma espécie de “teto máximo” para as taxas de juro no mercado, pois os bancos sabem que podem recorrer ao BCE se precisarem de liquidez urgente.
O impacto na sua carteira
A descida de 25 pontos base na taxa da facilidade permanente de depósito terá influência nas taxas Euribor, permitindo um alívio das prestações dos créditos à habitação, uma vez que, em Portugal, a larga maioria dos créditos é contratada com taxas variáveis (Euribor a 12, a seis e a três meses).
Contudo, as variações nas taxas de juro, não afetam apenas os créditos, também têm impacto nas poupanças das famílias. Por isso, se no caso dos empréstimos, a descida dos juros implica uma diminuição dos encargos com o crédito, o mesmo não acontece com as poupanças. Com as taxas de juro a baixar, os depósitos perdem atratividade.
Fonte: Lusa/ Redação
Créditos
Taxa de juro de novos créditos à habitação cai para 3,17% em fevereiro
O crédito concedido a jovens representou 55% do montante de novos contratos.