Arquitetos portugueses e CAM da Gulbenkian entre os melhores do mundo

O Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e quatro projetos de arquitetos portugueses estão entre os 75 finalistas dos prémios Building of the Year 2025, promovidos pela ArchDaily, uma plataforma digital de arquitetura.

De entre cerca de quatro mil projetos submetidos, o público escolheu os finalistas anunciados esta semana. A votação final já está aberta no site da ArchDaily, permitindo eleger um vencedor entre cinco finalistas de cada uma das 15 categorias. Os resultados da 16.ª edição deste prestigiado prémio serão conhecidos a 20 de fevereiro, data-limite para poder votar.

Reaberto em setembro de 2024, o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian (CAM) é um dos finalistas na categoria de “Arquitetura Cultural”. Este projeto concorre com outros localizados na Turquia, Taiwan, Arábia Saudita e Senegal. A renovação do edifício original do CAM, inaugurado em 1983, foi assinada pelo reconhecido arquiteto japonês Kengo Kuma, marcando a sua primeira obra em Portugal.

Inspirado pelo conceito de Engawa, elemento da arquitetura tradicional japonesa que estabelece uma ligação entre o espaço interior e exterior dos edifícios, Kengo Kuma recriou a obra original e acrescentou-lhe uma pala em cerâmica portuguesa que liga o edifício do museu aos jardins. O design de interiores ficou também a cargo do gabinete Kengo Kuma Associates.

Na categoria “Casas” dos prémios Building of the Year 2025, Gonçalo Pires Marques, do estúdio PIMAA, juntamente com Bernardo Falcão de Azevedo e Ana Duarte, são finalistas com a sua Casa Donavan, uma habitação de 417 metros quadrados inspirada na paisagem e cultura da Comporta, na Península de Tróia.

O Salto Studio, fundado por André Nave, Miguel O’Neill e Marco dos Santos, é finalista na categoria de “Arquitetura Desportiva” com o projeto Padel 1.8.5, um complexo dedicado ao treino de padel e pickleball no 8 Marvila, em Lisboa, um espaço revitalizado a partir das antigas adegas de Abel Pereira da Fonseca.

Na categoria “Arquitetura Comercial”, o Vibra Caffé + Concept Store, criado por Miguel Ribeiro Amado do estúdio MAA, destaca-se pela combinação de café, loja e galeria de arte. Este projeto, localizado tal como o anterior no 8 Marvila, integra esculturas de Blac Dwelle e Robert Panda.

Por fim, na categoria “Melhor Aplicação de Produto”, Sónia Carvalho Cabaça e Catarina Viegas de Sousa, da SCCS Arquitectos, foram nomeadas com o projeto Angra + Hotel Apartments. Trata-se de um edifício do século XVII transformado em apartamentos turísticos, situado na parte alta de Angra do Heroísmo, nos Açores.

Estes projetos evidenciam o talento e a criatividade da arquitetura portuguesa, destacando-se no panorama internacional. As votações estão abertas até dia 20 de fevereiro.