Alívio à vista nas prestações da casa em dezembro

A prestação da casa paga ao banco vai voltar a descer em dezembro nos contratos com taxa variável, destacando-se os créditos indexados à Euribor a 12 meses, que baixam 133 euros face à última revisão, mas também nos restantes prazos, segundo uma simulação da Deco/Dinheiro&Direitos.

O alívio nos encargos com o crédito à habitação reflete sobretudo a descida das Euribor, que são usadas como indexante na maioria dos empréstimos da casa em Portugal.

As simulações para a Lusa da Deco/Dinheiro&Direitos consideram um cenário com um financiamento de 150.000 euros a 30 anos. Estes cenários foram calculados tendo por base a média da taxa Euribor em novembro, de 2,788% a seis meses, 3,007% a três meses e 2,506% a 12 meses.

Para as modalidades indexadas à Euribor a 12 meses, a média em novembro foi de 2,506%, o que em dezembro representa uma redução de 1,516 pontos face a dezembro de 2023. Em termos práticos, e para um crédito com as condições estimadas pela Deco/Dinheiro&Direitos, tal representa uma redução de 133,18 euros, para uma prestação de 674,07 euros.

Neste mês, os clientes com contratos de crédito com a indexante a seis meses vão pagar uma prestação de 697,91 euros, menos 87,91 euros que na última revisão, em junho, quando correspondia a 785,82 euros.

Para a indexante mais curta, a redução na prestação é de 47,58 euros face a setembro, passando o mutuário a pagar 716,73 euros.

A média da Euribor considerada para efeitos de revisão de um empréstimo de taxa variável é a do mês anterior ao da assinatura do contrato de crédito.

Há um ano que estas taxas de juro estão em rota descendente, após terem atingido máximos de mais de uma década, acompanhando as expectativas dos investidores relativamente às taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE). Atualmente, as três principais taxas já se encontram abaixo dos 3%.

Consequentemente, as pessoas que têm crédito à habitação estão a registar descidas na prestação a pagar aos bancos, à medida que a data do contrato renova, representando um alívio nos encargos mensais.

De acordo com dados do Banco de Portugal (BdP), a Euribor a seis meses é a dominante entre o ‘stock’ de crédito com taxa variável para compra de habitação em Portugal, representando 37,26% do montante total em setembro, seguindo-se as indexadas a 12 meses (33,37%) e a três meses (25,46%).

Com a inflação sob controlo, o BCE começou a flexibilizar a sua política monetária durante o verão. Desde junho, sob a liderança de Christine Lagarde, a instituição já reduziu as taxas de juro em 75 pontos base.

A próxima reunião, agendada para 12 de dezembro, deverá trazer um novo corte de 25 pontos base, de acordo com as expectativas da maioria dos analistas. No entanto, há vozes que defendem um ritmo mais acelerado de cortes, face ao agravamento das condições económicas na Zona Euro.

Para 2025, espera-se que o BCE continue a reduzir as taxas, refletindo o cenário macroeconómico desfavorável, com os principais motores da economia europeia — Alemanha e França — a enfrentarem incertezas. Além disso, o aumento das tarifas comerciais nos EUA, sob a nova administração Trump, poderá ter impacto adicional.

Este cenário pode traduzir-se em boas notícias para as famílias, com uma redução esperada nas prestações do crédito à habitação. Segundo as projeções do mercado, as Euribor a três e seis meses poderão descer para cerca de 2% ao longo de 2025, aliviando mais o orçamento das famílias.

Fonte: Lusa/ Redação