Construção
Aeroporto: Governo segue recomendação da CTI e escolhe Alcochete
Maio 15, 2024 · 9:37 am
Imagem de Mariana Gonçalves por Pixabay
O Governo aprovou na terça-feira a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI), anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, anunciou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, esta tarde.
A CTI publicou no dia 11 de março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, apontando ainda que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.
O PSD decidiu constituir um grupo de trabalho interno para analisar a localização do novo aeroporto de Lisboa, depois de ter acordado com o PS a constituição de uma CTI para fazer a avaliação ambiental estratégica.
Alcochete apenas em terrenos públicos
O presidente social-democrata, Luís Montenegro, garantiu, antes de ser eleito, que a decisão seria tomada “nos primeiros dias” de Governo.
O Governo explicou hoje que o Campo de Tiro de Alcochete tem a vantagem de se localizar inteiramente em terrenos públicos, enquanto Vendas Novas requer expropriações, representando ónus adicional e permite, no futuro, crescer de duas para quatro pistas, caso haja necessidade.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que falou depois do primeiro-ministro, lembrou ainda que Alcochete já teve Declaração de Impacte Ambiental aprovada, atualmente caducada, e que é mais próximo de Lisboa, comparativamente a Vendas Novas, exigindo menos tempo e custos de deslocação.
O Governo apontou ainda como vantagem a proximidade de Alcochete às principais vias rodoviárias e ferroviárias, o que permite descentralizar o tráfego do centro de Lisboa.
Nos fundamentos do Governo para a decisão pesou ainda a possibilidade de acomodar os planos de expansão da TAP, que tem projeções preliminares de 190-250 aeronaves em 2050, sendo que as soluções duais podiam pôr em causa a sustentabilidade do ‘hub’ (plataforma de distribuição de voos).
Interesse nacional reclamava “a melhor decisão”
O primeiro-ministro afirmou hoje que o interesse nacional reclamava não apenas uma decisão sobre o futuro aeroporto, mas “a melhor decisão”, considerando que o ano de avaliação pela Comissão Técnica Independente (CTI) “foi imprescindível”.
“Disse, nessa ocasião, como é justo dizer que também o fez o anterior primeiro-ministro, que um ano de trabalho da CTI não significava atrasar mais um ano uma decisão que se aguardava há 50 anos”, defendeu.
“Nem era precipitação irresponsável nem era adiamento passivo. Quero hoje, como primeiro-ministro, afirmar que estas decisões, apesar de rápidas, são ponderadas, fundamentadas e estratégicas para o futuro de Portugal”, afirmou.
“O interesse nacional não reclama apenas uma decisão, reclama que se tome a melhor decisão com base na melhor informação”, reforçou.
Além de ter decidido a localização e denominação do novo aeroporto de Lisboa – que se vai chamar Luís de Camões -, o Governo aprovou ainda a determinação de um plano de obras para o atual Aeroporto Humberto Delgado, a conclusão dos estudos para uma terceira travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.
Fonte: Lusa
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