Habitação
50 Anos de Democracia: o que mudou no país
Abril 24, 2024 · 2:52 pm
Foto de Rodrigo Curi na Unsplash
A democracia em Portugal faz 50 anos em 2024. Para assinalar o 50.º aniversário do 25 de abril de 1974, a Pordata e a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) traçam um retrato infográfico do país intitulado “50 anos de Democracia em números” publicado esta quarta-feira.
O estudo da autoria de Ricardo Garcia e Ana Serra, a Pordata ilustra as mudanças ocorridas no país, especialmente em termos demográficos, perfil da população, modernização nos transportes, no acesso à saúde e educação, no mundo do trabalho, proteção social e nas condições de vida dos portugueses.
Um país em mudança
A população portuguesa cresceu desde 1974, embora haja um decréscimo de 45% no número de crianças e jovens com menos de 15 anos e o número de pessoas com 65 ou mais anos tenha triplicado.
Se antes era reduzido o número de estrangeiros a viver no país (pouco mais de 30 mil), hoje são quase 800 mil, representando 7,5% dos residentes. Também as famílias portuguesas mudaram, o número de casamentos caiu para metade e os divórcios aumentaram 24 vezes.
Em 1974, Portugal era o país da União Europeia onde mais crianças morriam com menos de um ano, enquanto em 2022 já ocupava o top dez dos países com menor taxa de mortalidade infantil.
Também na educação muito mudou: em 1970, um em cada quatro portugueses (25,6%) era analfabeto, já em 2021, a taxa de analfabetismo era de 3,1%.
53% das casas sem água canalizada
Segundo o retrato estatístico apresentado, há 50 anos, 53% das casas em Portugal não tinham água canalizada, 42% não tinham instalações sanitárias, 40% não tinham esgotos e 36% não tinham eletricidade. Atualmente, pelo menos 98% das habitações dispõem já destas instalações.
O combate à pobreza habitacional também teve grandes avanços. “De destacar ainda que os censos de 1981 contabilizaram mais de 46 mil alojamentos familiares não clássicos, como barracas, onde viviam cerca de 126 mil pessoas. Nos censos de 2021, registaram-se quatro mil alojamentos familiares não clássicos, onde moravam 11 mil pessoas”, indica a Pordata.
Em 50 anos, também duplicou o número de casas de residência habitual e há 15 vezes mais casas de residência secundária, destaca o estudo, embora alerte que, “nos últimos anos, o aumento dos preços das casas veio relançar o debate sobre a habitação” no país.
Embora 70% das habitações do país sejam casa própria, importa ressalvar que 18% das pessoas afirma ser incapaz de aquecer convenientemente a sua habitação enquanto 29% dos inquilinos vivem em sobrecarga financeira com as despesas de habitação.